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Nobel da Paz afirma que Lula deveria pedir renúncia de Maduro

Arias, Nobel da Paz e ex-presidente da Costa Rica, criticou Lula pelas eleições na Venezuela e sugeriu que peça a renúncia de Maduro.

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  • Óscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e laureado com o Nobel da Paz, criticou na sexta-feira (9) a postura de Luiz Inácio Lula da Silva
  • Isto, em relação às eleições na Venezuela
  • Ele sugeriu, no entanto, que o petista deveria contatar Nicolás Maduro e solicitar sua renúncia

Óscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e laureado com o Nobel da Paz, criticou na sexta-feira (9) a postura de Luiz Inácio Lula da Silva. Isto, em relação às eleições na Venezuela. Ele sugeriu que o petista deveria contatar Nicolás Maduro e solicitar sua renúncia.

“Eu esperava que um democrata como Lula, que perdeu eleições e reconheceu suas derrotas, tivesse ligado e dito: ‘Maduro, você perdeu, reconheça a derrota e saia do poder’”, declarou Arias em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

O ex-presidente da Costa Rica afirmou estar certo de que Maduro perdeu as eleições presidenciais na Venezuela, destacando que a derrota do atual presidente é “indiscutível”.

“Foram descumpridos todos os prazos da lei venezuelana para se divulgarem as atas eleitorais. Portanto, não é suficiente os presidentes Lula, López Obrador [do México] e Gustavo Petro [da Colômbia] pedirem a Maduro que entregue as atas”, apontou Arias.

O Nobel da Paz também comentou sobre a declaração de Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais de Lula. O qual afirmou não ter “confiança” nas atas divulgadas pela oposição. Para Arias, Amorim está “equivocado” e, em sua opinião, solicitar a divulgação das atas é uma perda de tempo.

Eleição na Venezuela

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, de 61 anos, lidera um regime autocrático que não garante liberdades fundamentais.

Ele, no entanto, mantém pessoas encarceradas por supostos “crimes políticos”.

Em 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), responsável pela supervisão das eleições na Venezuela, anunciou que Maduro recebeu 51,2% dos votos. Enquanto seu oponente, Edmundo González, de centro-direita, obteve 44,2%.

A oposição contesta esses números, afirmando que González venceu com mais de 67% dos votos. Isto, enquanto Maduro teria alcançado apenas 30%. Tanto a oposição quanto observadores internacionais criticam a falta de transparência na contagem dos votos, exigindo, dessa forma, maior clareza no processo eleitoral do país. Em 1º de agosto, os governos do Brasil, México e Colômbia emitiram um comunicado conjunto reiterando a demanda, no entanto, para que a Venezuela publique, assim, os dados das urnas de forma desagregada e permita uma verificação imparcial dos resultados.

Maduro expulsa diplomatas argentinos e Brasil assume embaixada

Após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da embaixada argentina e ordenar a expulsão dos diplomatas do país, o Brasil assumiu a representação diplomática da Argentina na Venezuela. Nesta quinta-feira (1), testemunhas relataram o hasteamento da bandeira brasileira na residência do embaixador. Isto, conforme informado pela Reuters.

Com essa mudança, o Brasil será responsável por proteger os direitos dos cidadãos e empresas argentinas na Venezuela. Dessa forma, na ausência de um embaixador argentino. Além disso, o governo de Lula da Silva terá a oportunidade de mediar e facilitar negociações entre Nicolás Maduro e Javier Milei. Assim, ajudando a preencher o vazio deixado pela interrupção dos canais de diálogo.

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, e o presidente argentino, Javier Milei, receberam bem a decisão do Brasil e expressaram seu apoio nas redes sociais. A medida também alivia a preocupação sobre o destino dos opositores do regime de Maduro que estavam abrigados na embaixada argentina há meses.

“Agradecemos ao governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência”, publicou María Corina em perfil no X.

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, e Javier Milei, presidente da Argentina, demonstraram seu apoio à decisão do Brasil nas redes sociais.

Milei, publicou em letras maiúsculas: “OBRIGADO AO BRASIL”. “Aprecio muito a disposição do Brasil em assumir a custódia da Embaixada da Argentina na Venezuela. Agradecemos também a representação momentânea dos interesses da República Argentina e dos seus cidadãos ali”, afirma.

Diplomáticos argentinos

Ele também mencionou que os diplomatas argentinos foram obrigados a deixar a Venezuela nesta quinta-feira. Isto, como retaliação de “Maduro, o ditador, pela nossa condenação da fraude ocorrida no domingo passado”.

“Não tenho dúvidas de que em breve reabriremos a nossa Embaixada numa Venezuela livre e democrática. Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos. A Venezuela respeitará, portanto, as disposições da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares.”

O jornal argentino Ámbito Financiero destacou que esta não é a primeira vez que o Brasil desempenha um papel de apoio na representação diplomática da Argentina. Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, fecharam-se as embaixadas em Londres e Buenos Aires.

Para manter o atendimento às necessidades políticas, sociais e econômicas, a Argentina estabeleceu uma seção de interesses na embaixada brasileira em Londres, enquanto o Reino Unido representou seus interesses na embaixada da Suíça em Buenos Aires.


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