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Novo presidente do IBGE já criticou Pix, reformas da previdência e trabalhista e propôs 60% de alíquota para o IR

Foto/Reprodução GDI
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Marcio Pochmann, indicado ao IBGE, acumula posições polêmicas sobre Pix, reforma tributária e exploração espacial.

Marcio Pochmann, economista que já presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e agora indicado para liderar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma série de opiniões polêmicas e contestadas.

Ele tem criticado o sistema de pagamento instantâneo Pix, lançado pelo Banco Central, e propôs uma reforma tributária que eliminaria os impostos federais PIS e Cofins e implementaria um sistema de imposto de renda com 12 faixas de cobrança. Além disso, Pochmann sugeriu que o Brasil deveria se concentrar mais na geração de riqueza através da exploração do espaço.

Pochmann, indicado ao IBGE, tem história de críticas ao Pix e propostas de reforma tributária

Marcio Pochmann, economista e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente indicado para assumir a liderança do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula uma lista de opiniões e propostas controversas ao longo de sua carreira.

Uma de suas críticas mais notórias foi direcionada ao Pix, o sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central. Após seis meses de sua implementação, Pochmann declarou em outubro de 2020 que, com o Pix, o BC seguia “mais um passo na via neocolonial”.

Durante seu mandato no Ipea, entre 2007 e 2012, Pochmann propôs uma reforma tributária radical. Ele sugeriu a extinção dos impostos federais PIS e Cofins, tributos sobre o consumo, e a criação de um sistema de imposto de renda com 12 faixas de cobrança, prevendo uma alíquota de 60% para quem recebia acima de R$ 50 mil mensais. Adicionalmente, propôs uma cobrança de 1% de imposto sobre grandes fortunas.

Pochmann também instigou o Brasil a buscar a geração de riqueza em áreas nas quais atualmente dedica pouca ou nenhuma atenção, como a exploração do espaço. Em setembro de 2021, ele destacou que o país não possui um sistema de GPS próprio e criticou a dependência de empresas estrangeiras para comunicação e informação ligadas ao espaço.

“Brasil não tem GPS. Como podemos dizer que Brasil é país autônomo quando todo seu sistema de informação e comunicação vinculado ao espaço sideral, portanto à internet, depende de empresas que não são brasileiras?”, afirmou.

Em suas recentes manifestações, Pochmann criticou as reformas trabalhista e previdenciária, alegando que elas e o “fiscalismo” resultaram no colapso do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Suas declarações e posições polêmicas prometem fomentar debates intensos durante seu possível mandato no IBGE.

Marcio Pochmann assume presidência do IBGE em meio a polêmicas e disputas internas no Governo

Marcio Pochmann é o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nomeado em meio a polêmicas e disputas internas no governo federal. Sua indicação é considerada uma vitória para o Partido dos Trabalhadores (PT), partido ao qual Pochmann é filiado desde os anos 1980.

Pochmann substituirá Cimar Azeredo, que vinha ocupando a posição interinamente e era o favorito da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), para liderar o instituto. Tebet, cujo ministério é responsável pelo IBGE, afirmou não ter sido informada previamente sobre a escolha do novo presidente.

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutor pela Universidade de Campinas (Unicamp), onde também é professor, Pochmann possui experiência em gestões petistas. Ele presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, e coordenou o programa econômico de Fernando Haddad durante a campanha presidencial de 2018. Em 2020, assumiu a presidência do Instituto Lula.

O economista de 61 anos tem uma longa carreira acadêmica e uma reputação de defender as classes trabalhadoras e o desenvolvimentismo, alinhando-se com a visão do PT. Ele defendeu a revisão da tributação no Brasil e a taxação dos mais ricos, e criticou a implementação do sistema de pagamento instantâneo Pix.

Pochmann tem o apoio de várias lideranças do PT, que elogiaram sua nomeação. Cimar Azeredo, por outro lado, deixa o comando do IBGE após a divulgação do Censo de 2022, um processo que enfrentou dificuldades devido a atrasos e falta de financiamento.

O IBGE, que possui cerca de quatro mil funcionários, é responsável por levantamentos que orientam políticas públicas e a alocação de recursos. O instituto também realiza pesquisas sobre inflação (IPCA), atividade econômica (PIB), dados do mercado de trabalho e o Censo.