
- Cadastro único de alunos vinculado ao CPF reunirá todo histórico escolar.
- Custo Aluno Qualidade (CAQ) definirá padrões mínimos e progressivos de investimento.
- Políticas inclusivas no ensino superior e regras para educação indígena e quilombola.
O Senado aprovou nesta terça-feira (7) o projeto que cria o Sistema Nacional da Educação (SNE), apelidado de “SUS da Educação”. A proposta foi aprovada por 70 votos favoráveis e nenhum contra, consolidando-se como um dos projetos prioritários do Congresso.
Com a medida, o Brasil terá um modelo de integração entre União, estados e municípios, estabelecendo regras nacionais para políticas educacionais. Agora, o texto segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve transformar a proposta em lei nos próximos dias.
Cadastro único e integração nacional
Um dos principais pontos do projeto é a criação do Identificador Nacional Único do Estudante, vinculado ao CPF. Assim, a novidade permitirá reunir todo o histórico escolar do aluno em um só registro, independentemente de onde ele estude.
O texto também prevê a Infraestrutura Nacional de Dados da Educação (INDE), que vai integrar informações da União, estados e municípios em uma única base. Isso possibilitará a construção de indicadores nacionais e regionais mais precisos, fundamentais para políticas públicas de longo prazo.
Desse modo, na prática, o SNE busca padronizar processos e dar mais transparência à gestão educacional, reduzindo desigualdades regionais e promovendo mais eficiência no uso de recursos.
Estrutura de governança e financiamento
O projeto cria a Comissão Intergestores Tripartite (Cite), formada por representantes da União, estados e municípios, com diversidade regional obrigatória. O órgão será presidido pelo ministro da Educação e terá a missão de definir diretrizes nacionais.
Outro ponto central é o Custo Aluno Qualidade (CAQ), que define parâmetros de financiamento para elevar progressivamente o padrão de qualidade da educação. Ademais, o cálculo leva em conta infraestrutura, número de alunos por sala e laboratórios.
Portanto, a União continuará responsável pelas normas operacionais básicas, mas o novo modelo permitirá maior participação local na definição de prioridades e na aplicação de recursos.
Ensino superior e políticas inclusivas
No ensino superior, o texto garante espaço no Orçamento para programas de financiamento, assistência estudantil e ações afirmativas. A proposta reforça políticas de inclusão social já existentes e amplia sua permanência como compromisso de Estado.
Além disso, o SNE traz diretrizes nacionais para carreiras docentes da educação básica, estabelecendo formação inicial e continuada de professores. Isso deve contribuir para a valorização e qualificação da categoria.
Por fim, o projeto também contempla normas específicas para educação indígena e quilombola, reconhecendo a diversidade cultural e garantindo políticas adaptadas às realidades locais.