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O futebol brasileiro rumo ao IPO

Foto/Reprodução GDI
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Em vias de completar um ano, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) tem sido cada vez mais utilizada, provada e aprovada. Até o momento, nessa primeira onda, a SAF foi utilizada por grandes clubes. A expectativa para os próximos meses é um aumento de clubes de todos os portes aderirem à SAF com o objetivo de captação de recursos, melhoria da gestão, parcerias estratégicas e organização de seus passivos. No futuro, talvez não tão distante, veremos clubes de futebol aderindo à SAF para buscarem capital por meio do mercado de capitais na bolsa de valores.

“Os clubes brasileiros, os investidores e o mercado como um todo já conhecem melhor essa alternativa e estão cada vez mais preparados para fazer uso da SAF para captar, investir recursos e fortalecer negócios. É uma ótima oportunidade de atração de investimentos para a transformação desse mercado. Além disso, importante lembrar que há mais de 140 milhões de torcedores no Brasil, que são ávidos por futebol. Com a SAF podemos solucionar problemas históricos do futebol nacional, que agora pode passar por uma transformação realmente estrutural”, afirma Francisco Clemente, sócio-líder do segmento de Esportes da KPMG no Brasil.

Além de permitir que os clubes avancem para além das fontes tradicionais de receitas, como os direitos de transmissão e a venda de jogadores, a SAF traz vantagens e está alinhada com os mais modernos e inovadores modelos de gestão e de negócios. Na Europa, a vasta maioria dos clubes se tornaram empresas privadas, e o mesmo deve ocorrer no mercado brasileiro.

“A SAF atende clubes interessados em transformar seus modelos de negócios, visando melhor governança, gestão profissional e oportunidades de investimentos. A SAF pode contribuir para tornar o futebol brasileiro mais relevante e competitivo no mercado nacional e internacional. É uma boa estrutura para atrair recursos, considerando que há centenas de investidores em todo o mundo buscando oportunidades de negócios em clubes de futebol”, completa Marco André Almeida, sócio-líder de Deal Advisory & Strategy da KPMG no Brasil e na América do Sul.

A Lei 14.193/2021, que entrou em vigor instituindo a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), criou condições legais para os clubes se transformarem em empresas, e permite transformações relevantes nesse mercado, dominado ainda no Brasil por associações centenárias. A SAF contribui para captação profissional de recursos e fortalecimento da governança corporativa. Com mais governança e gestão, há mais segurança para os investidores e uma estrutura legal mais madura para a gestão financeira. Dados públicos sobre o mercado do futebol revelam que o Brasil encerrou 2021 com 672 clubes profissionais. As receitas totais do mercado de futebol no Brasil na série A no ano passado foram de R$ 6,6 bilhões. O mercado potencial, entretanto, é bem maior que isso, considerando que a maioria (75%) dos brasileiros têm o futebol como o esporte favorito.