
- Nestlé cortará 16 mil empregos até 2027, focando em gestão e manufatura.
- Plano prevê economia de 3 bilhões de francos suíços com reestruturação global.
- Lucro deve cair novamente em 2025, apesar do crescimento orgânico das vendas.
A Nestlé anunciou um corte de 16 mil empregos em todo o mundo nos próximos dois anos. O movimento faz parte de uma reestruturação global liderada pelo novo CEO Philipp Navratil, que busca acelerar a adaptação da companhia diante de um cenário de consumo em transformação.
Sendo assim, serão 12 mil cargos de gestão e 4 mil ligados à manufatura. Segundo o executivo, o plano é modernizar a estrutura e reduzir custos em meio à pressão por margens e crescimento.
Mudança de rumo e cortes bilionários
Durante o anúncio, Navratil afirmou que “o mundo está mudando e a Nestlé precisa mudar mais rápido”, destacando que as decisões “serão difíceis, mas necessárias”.
A companhia pretende economizar 3 bilhões de francos suíços até 2027, acima da meta anterior de 2,5 bilhões. Além disso, o foco está em aumentar o real internal growth, uma métrica interna que mede o crescimento orgânico após ajustes de preços e volumes.
Desse modo, o mercado reagiu com otimismo: as ações da Nestlé subiram 9,2%, seu maior ganho diário em 17 anos, encerrando o pregão a 83,15 francos suíços. Mesmo assim, o papel ainda acumula queda de 1% em 12 meses.
Nova gestão e legado de turbulência
Navratil substituiu Laurent Freixe, demitido após um escândalo interno envolvendo um relacionamento não revelado com uma subordinada. Freixe já havia iniciado um programa de corte de custos e revisão de portfólio, incluindo a possível venda da divisão de vitaminas e suplementos e um spinoff da área de águas.
Agora, o novo CEO promete uma gestão “mais disciplinada e agressiva” para recuperar participação de mercado. “Não podemos aceitar perder market share nunca. Precisamos lutar”, afirmou.
Portanto, segundo ele, as medidas “garantirão o futuro da Nestlé como líder global” e permitirão “gerar mais valor aos acionistas”.
Resultados e perspectiva para 2025
No terceiro trimestre, a Nestlé reportou crescimento orgânico de 4,3% nas vendas, impulsionado por ajustes de preço e melhora no volume real. Ainda assim, analistas consultados pela Barron’s projetam que o lucro líquido deve cair pelo segundo ano consecutivo em 2025.
Ademais, a companhia segue avaliada em 213 bilhões de francos suíços na Bolsa de Zurique, mantendo-se entre as maiores do setor de alimentos e bebidas do mundo.
Por fim, enquanto reduz custos e ajusta sua estrutura global, a Nestlé tenta equilibrar inovação e eficiência para enfrentar novas dinâmicas de consumo e concorrência crescente.