Opinião pública

O que os brasileiros pensam sobre desigualdade — e por que a educação virou prioridade

Pesquisa inédita mostra percepção da população sobre renda, emprego e acesso a oportunidades no país.

desigualdades
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  • 77% veem o Brasil como um país muito desigual, segundo pesquisa
  • Educação pública aparece como solução prioritária para 79%
  • Percepção de desigualdade também atinge gênero, raça e moradia

Quase 8 em cada 10 brasileiros acreditam que o país é “muito desigual”, segundo pesquisa inédita do Observatório Fundação Itaú. Para a maioria, a principal causa está diretamente ligada à atuação do poder público.

A ausência de políticas públicas (24%), má gestão (18%) e corrupção (12%) foram citadas como os fatores mais relevantes. Os dados reforçam que o tema da desigualdade segue no centro do debate social e econômico.

Educação como chave para reduzir distâncias

A pesquisa revelou que 79% dos entrevistados apontam o investimento em educação pública como medida essencial para diminuir a diferença de renda entre ricos e pobres. Essa foi a sugestão mais recorrente para construir um Brasil mais justo.

Além disso, o coordenador do Observatório, Alan Valadares, destacou que a educação é um pilar fundamental, mas precisa vir acompanhada de políticas para inserção produtiva qualificada, apontada por 21% dos consultados.

Desse modo, enquanto a geração de empregos foi a solução mais citada pelas classes D/E, a educação e o combate à corrupção apareceram com maior força entre os entrevistados da classe A.

Outras desigualdades além da renda

A percepção dos brasileiros vai além do dinheiro no bolso. Para 55%, homens têm mais chances de conquistar bons empregos que mulheres. Já 68% enxergam vantagem para pessoas brancas no mercado de trabalho.

Ademais, o mesmo padrão aparece no acesso à educação de qualidade, citado por 63% dos respondentes. Também surge na moradia em bairros com melhor infraestrutura, apontada por 60%.

Por fim, Valadares afirma que os dados mostram um desafio multidimensional. Para ele, reduzir distâncias sociais exige olhar para a população mais vulnerável e garantir condições adequadas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.