- Partido Liberal ameaça travar votações após Bolsonaro se tornar réu
- Pauta governista inclui reformulação do Imposto de Renda e fim da escala 6 por 1
- Lula articula com lideranças para evitar paralisação das votações
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou duramente a estratégia do Partido Liberal (PL) de obstruir votações na Câmara dos Deputados em resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu na investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
A petista afirmou que a postura do partido de direita coloca os interesses de Bolsonaro acima das prioridades nacionais, como a ampliação da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda (IR).
“Com tantas pautas importantes para o povo e para o país, obstruir é colocar os interesses de Bolsonaro à frente dos interesses do Brasil”, declarou Hoffmann em entrevista à CNN Brasil.
O governo federal busca, portanto, garantir o avanço de projetos essenciais para a economia e o bem-estar social no primeiro semestre, como o reajuste do IR e a reforma na jornada de trabalho.
Estratégia do Planalto para conter paralisação
Diante da ameça do PL, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado articulações com lideranças do Congresso. Lula negociou com Motta e Alcolumbre no Japão para destravar pautas do governo no Congresso.
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O petista, no entanto, também planeja promover um encontro informal com parlamentares após retornar ao Brasil para alinhar estratégias e reforçar o apoio às medidas prioritárias do governo.
O Planalto acredita que a pressão do PL se concentra, principalmente, na tentativa de aprovar a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram os edifícios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.
PT pressiona por votação rápida, mas Motta insiste que a anistia deve ser analisada por uma comissão primeiro, conforme combinado com Lira, PL e PT.
Impacto na economia e na política
Se a obstrução for mantida, a tramitação de projetos importantes para a população pode ser prejudicada. Entre as medidas mais aguardadas estão:
- Reformulação da tabela do Imposto de Renda: amplia a isenção para contribuintes que ganham até R$ 5.000 por mês.
- Fim da escala 6 por 1: mudanças na jornada de trabalho para beneficiar setores como o de serviços e indústria.
- Medidas econômicas para estimular o crescimento: incluindo incentivos à geração de empregos e ao desenvolvimento industrial.
A resistência do PL representa um desafio para o governo, que precisa garantir avanços nas votações sem ceder às pressões políticas.
Para analistas, o embate entre governo e oposição deve se intensificar nos próximos meses. Assim, refletindo diretamente na governabilidade e no andamento das reformas planejadas pelo Executivo.
