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Onde investir em 2025? Veja as recomendações

A desaceleração global e a falta de uma política fiscal mais integrada, também deverão impactar a recuperação econômica.

Melhor fundo de renda fixa para investir em 2023 portanto tenha um rendimento seguro e sincero. 8
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  • A política de Trump e a postura cautelosa do Fed podem intensificar a inflação e afetar o crescimento global, além de fortalecer o dólar
  • A desaceleração da China e os desafios da Europa impactam a economia global e as exportações
  • O Brasil enfrenta desafios fiscais e monetários, com risco de recessão
  • A diversificação e a gestão ativa serão essenciais para investidores

O ano de 2025 promete ser um período desafiador para a economia global, com diversas variáveis afetando tanto os mercados internacionais quanto o cenário doméstico no Brasil.

Durante o webinar “O que esperar para 2025”, promovido pela Bradesco Asset, os economistas Marcelo Toledo, chefe da economia da instituição, e Philipe Biolchini, CIO da empresa, debateram as perspectivas para o ano. E, dessa forma, abordando desde a política externa dos EUA até os desafios fiscais internos do Brasil.

O evento foi conduzido pela Superintendente Comercial Isabel Mattos e trouxe reflexões importantes sobre o futuro econômico. Além de estratégias de investimento para os próximos meses.

O impacto do Governo Trump

Uma das questões centrais discutidas por Marcelo Toledo foi a postura econômica do novo governo Trump nos EUA. O economista ressaltou que a agenda de Trump, caracterizada por tarifas comerciais, restrições à imigração, desregulamentação e cortes fiscais, poderá aumentar as pressões inflacionárias globais e afetar o crescimento do PIB mundial.

Toledo alertou para as possíveis consequências de uma política protecionista intensificada. Que pode, no entanto, desacelerar ainda mais o comércio global e exacerbar tensões comerciais com importantes parceiros, como a China.

Além disso, Toledo apontou a postura mais cautelosa do Federal Reserve (Fed) como um fator que terá grande impacto no cenário econômico internacional.

O Banco Central dos EUA tem moderado seus cortes de juros, mantendo uma política monetária restritiva devido à resiliência da economia americana e à persistência das pressões inflacionárias.

Essa abordagem fortalece o dólar e pressiona as moedas emergentes, como o real. Assim, o que pode afetar o mercado cambial e aumentar a volatilidade nos mercados de câmbio e de commodities.

Desaceleração da China

Outro tema abordado no evento foi a desaceleração do crescimento econômico da China, que tem gerado preocupações tanto internas quanto globais.

Projeções indicam que o PIB chinês continuará a desacelerar em 2024 e 2025, refletindo a volatilidade de sua transição econômica. As exportações chinesas, que historicamente foram um dos principais motores do crescimento global, estão passando por uma fase de estagnação. Assim, o que poderá agravar as dificuldades econômicas de países que dependem das relações comerciais com o gigante asiático.

Na Área do Euro, Toledo destacou a convergência mais rápida da inflação para a meta, uma consequência de políticas monetárias restritivas e da perda de competitividade nas exportações, especialmente em relação à China.

A desaceleração global e as questões estruturais internas da União Europeia, como a falta de uma política fiscal mais integrada, também deverão impactar a recuperação econômica da região.

Cenários internos

No Brasil, o cenário de 2025 também apresenta desafios significativos. Marcelo Toledo enfatizou as dificuldades fiscais que o governo brasileiro enfrentará, especialmente em relação ao cumprimento do arcabouço fiscal. Enquanto o Banco Central segue uma política monetária mais restritiva com o aumento da taxa de juros.

O economista apontou uma possível divergência entre as políticas fiscal e monetária, o que poderá criar um ambiente de incertezas para os investidores.

Toledo alertou para os riscos associados à valorização do câmbio, que pode impactar a competitividade das exportações brasileiras e aumentar a pressão sobre o custo das importações.

Embora o Brasil tenha adotado medidas fiscais para tentar estabilizar a economia, a falta de ajustes estruturais mais profundos pode impedir uma recuperação sustentável. Assim, o que poderia resultar em um quadro recessivo no segundo semestre de 2025, caso as políticas econômicas não sejam suficientemente eficazes.

Estratégias de Investimento para 2025

Philipe Biolchini, CIO da Bradesco Asset, destacou a importância da diversificação de investimentos em 2025. Dada a maior volatilidade e incerteza nos mercados globais e locais.

O especialista sugeriu que a renda fixa pode voltar a se destacar, especialmente com juros reais e nominais elevados, o que torna os títulos prefixados e os ligados à inflação mais atraentes.

A diversificação será crucial para equilibrar os riscos e buscar oportunidades de rentabilidade no próximo ano.

Biolchini também recomendou cautela no mercado de renda variável, dado o cenário de alta volatilidade. Ele explicou que, em 2025, será essencial adotar uma gestão ativa, com ajustes rápidos às mudanças no cenário econômico global e local, a fim de proteger a carteira e aproveitar as melhores oportunidades de investimento.