Cronograma de cortes

Opep+ anuncia novos cortes na produção de petróleo, entenda

A Opep+ divulgou nesta quinta-feira (20) um novo cronograma de cortes na produção de petróleo para sete de seus países-membros.

Free Petroleo
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  • Redução entre 189.000 e 435.000 bpd até junho de 2026
  • Iraque lidera os cortes, seguido por Cazaquistão e Rússia
  • Medida busca controlar a oferta global e evitar quedas nos preços

A Opep+ divulgou nesta quinta-feira (20) um novo cronograma de cortes na produção de petróleo para sete de seus países-membros. A decisão visa compensar o bombeamento acima dos níveis acordados e superar os aumentos mensais de produção planejados a partir de abril.

De acordo com o plano publicado no site da Opep, os cortes variarão entre 189.000 e 435.000 barris por dia (bpd), com duração até junho de 2026.

Cortes estratégicos e ajustes mensais

O grupo, que inclui a Opep e aliados como a Rússia, vem reduzindo sua produção em 5,85 milhões de bpd desde 2022. Esse volume corresponde a aproximadamente 5,7% da oferta global de petróleo, e os membros do cartel o utilizam como estratégia para sustentar os preços no mercado internacional.

No início de março, a Opep+ confirmou que oito de seus membros — incluindo Rússia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuweit, Omã, Argélia, Cazaquistão e Iraque — iriam aumentar gradualmente a produção em 138.000 bpd a partir de abril. O aumento foi justificado por fundamentos de mercado mais saudáveis. No entanto, o excesso de produção por parte do Cazaquistão gerou tensões dentro do grupo e contribuiu para a decisão de revisar os planos de produção.

Impacto do Cazaquistão e papel do Iraque

Os ajustes no cronograma de cortes destacam o Iraque como o principal responsável pela redução compensatória, seguido por Cazaquistão e Rússia. A Arábia Saudita, tradicional defensora do cumprimento das regras do cartel, também contribuirá com cortes menores, variando entre 6.000 e 15.000 bpd durante um período de três meses.

O Cazaquistão tem sido um dos principais pontos de preocupação dentro da Opep+ devido à sua produção recorde. A expansão da produção no campo de Tengiz, operado pela petroleira norte-americana Chevron, impulsiona esse crescimento.

Dados da Opep mostram que o Cazaquistão produziu 1,767 milhão de bpd em fevereiro, muito acima de sua cota estabelecida de 1,468 milhão de bpd.

Perspectivas do mercado

O novo plano de cortes reforça a intenção da Opep+ de manter o equilíbrio entre oferta e demanda global, evitando quedas bruscas nos preços. No entanto, analistas apontam que a efetividade dessas medidas dependerá do cumprimento real das metas de produção pelos países-membros. A fiscalização interna do cartel garantirá essencialmente que os cortes sejam implementados conforme o planejado.

Além disso, fatores externos, como a demanda global por petróleo e os impactos de conflitos geopolíticos, podem influenciar diretamente os resultados dessa estratégia. Com os cortes programados até 2026, o mercado seguirá acompanhando de perto as decisões da Opep+ e suas consequências para os preços do petróleo nos próximos anos.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ