
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), incluindo a Rússia, deve colocar em pauta a discussão sobre as linhas de base de produção para o ano de 2027 em sua reunião marcada para a próxima quarta-feira, 5 de junho.
As informações da Reuters, apurou com dois delegados do grupo, que embora a decisão imediata não envolva mudanças na política de produção, o objetivo é preparar o terreno para ajustes estruturais na distribuição de cotas entre os países membros.
As linhas de base funcionam como parâmetros de referência para que os países calculem seus cortes ou aumentos de produção.
A questão tem sido motivo de tensão interna, já que nem todos os membros acompanharam o mesmo ritmo de crescimento na capacidade de produção.
Enquanto Emirados Árabes Unidos e Iraque têm ampliado suas capacidades e pressionado por cotas maiores, nações africanas como Angola e Nigéria enfrentaram queda de produção nos últimos anos, enfraquecendo sua influência nas negociações.
Segundo um dos delegados, espera-se que o grupo solicite à matriz da Opep a elaboração de um mecanismo técnico para avaliar e estabelecer as novas linhas de base de forma mais justa, de olho em 2027.
Produção de julho em pauta
Antes disso, no sábado (1º), os oito membros da Opep+ que participam do acordo de aumento gradual da produção devem realizar uma reunião separada para discutir a oferta de curto prazo.
A expectativa é que haja consenso para ampliar a produção em 411 mil barris por dia em julho — o mesmo volume autorizado para os meses de maio e junho.
A medida tem como pano de fundo o esforço de equilibrar a oferta diante da demanda global por petróleo, que segue pressionada por tensões geopolíticas e sinais de desaceleração econômica em algumas regiões.
Apesar das pressões externas, os países do cartel seguem atentos à estabilidade do mercado, tentando evitar oscilações abruptas nos preços internacionais do petróleo, que permanecem sensíveis a qualquer sinal de mudança no ritmo da produção.