
- Produção aumentará em 137 mil barris por dia em outubro
- Grupo sinaliza devolução de até 1,65 milhão de bpd até 2026
- Capacidade ociosa concentrada na Arábia Saudita pode limitar execução
Em apenas 11 minutos de reunião, a Opep+ decidiu abrir as torneiras e ampliar a produção de petróleo em 137 mil barris por dia a partir de outubro. A mudança inesperada quebra anos de defesa por preços altos e pode trazer novos efeitos para o mercado global.
O grupo também sinalizou devolver até 1,65 milhão de barris por dia ao mercado até 2026, numa guinada que coloca pressão nos preços já em queda. Analistas apontam que o movimento agrada a Washington, mas deixa dúvidas sobre a real capacidade de alguns países de cumprir as cotas.
Estratégia revisada
Nos últimos meses, a Opep+ surpreendeu o mercado ao restaurar 2,2 milhões de barris por dia de forma antecipada, um ano antes do previsto, numa tentativa de recuperar participação de mercado.
Além disso, a decisão de ampliar a produção reforça a mudança da aliança. O grupo aposta em volumes maiores, mesmo com os riscos de excesso de oferta.
Desse modo, delegados disseram que o objetivo é compensar possíveis perdas de receita decorrentes da queda dos preços, além de responder a pressões externas, como os pedidos do presidente dos EUA, Donald Trump, por petróleo mais barato.
Capacidade desigual entre membros
Apesar do anúncio, analistas alertam que alguns países da Opep+ não têm capacidade ociosa para cumprir integralmente as novas cotas.
Ademais, isso pode levar a uma discrepância entre a decisão política e os volumes efetivamente entregues ao mercado.
Por fim, a Arábia Saudita, que detém a maior parte da produção disponível, deve continuar liderando os ajustes.