Respiro financeiro

Pacote de Haddad contra tarifaço promete mexer com empresas; mas há um detalhe decisivo

Medida provisória será levada hoje a Lula e inclui crédito, ajustes tributários e compras estratégicas para proteger negócios afetados pelas tarifas dos EUA.

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  • MP sai na terça (12/ago) se Lula bater o martelo no Alvorada às 17h.
  • Pacote inclui linhas de crédito, diferimento de impostos e compras públicas estratégicas.
  • Regras flexíveis por setor, com foco em manter empregos e a competitividade externa.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prepara um pacote de medidas emergenciais para reduzir o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Entregarão a proposta nesta segunda-feira (12) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada, e poderão publicá-la já na terça-feira.

O plano inclui linhas de crédito específicas, diferimento de impostos e compras públicas estratégicas, com regras adaptáveis a diferentes setores. O objetivo central é preservar empregos, manter a competitividade das exportações e garantir fôlego financeiro para empresas de todos os portes.

O que está no pacote

Segundo Haddad, o pacote oferecerá crédito direcionado para capital de giro e exportações, além do reconhecimento acelerado de créditos tributários para empresas exportadoras. Dessa forma, companhias terão liquidez para ajustar contratos e reorganizar suas cadeias produtivas.

Criarão instrumentos específicos para os setores mais afetados, adaptando o apoio conforme o porte da empresa e o grau de exposição às tarifas. Desde pequenos produtores até grandes indústrias poderão receber auxílio proporcional à sua realidade.

O governo pretende ainda autorizar aquisições públicas estratégicas em casos de risco de paralisação de operações essenciais, atuando como rede de segurança para evitar cortes bruscos de produção e demissões.

Aplicarão o valor conforme as regras definidas

A medida provisória terá regras flexíveis e calibradas de acordo com a situação de cada negócio. Quando o impacto econômico inviabilizar a manutenção de empregos, o governo exigirá contrapartidas diferenciadas.

De acordo com o ministro, as sobretaxas podem afetar mais de 10 mil empresas, o que exige um desenho personalizado e apoio rápido. Nesse sentido, bancos públicos e órgãos técnicos terão papel fundamental na implementação.

O governo busca que o acesso aos benefícios ocorra de forma ágil, impedindo que os efeitos das tarifas comprometam de forma irreversível as operações das companhias brasileiras.

Impactos esperados

O Ministério da Fazenda estima que a MP terá efeito imediato sobre o caixa das empresas e na preservação de postos de trabalho. No entanto, a eficácia dependerá da execução rápida e de fiscalização constante para evitar desvios e fraudes.

Além disso, a medida também se conecta à reforma tributária aprovada recentemente, que deve reduzir custos e simplificar impostos no médio prazo. Especialistas veem essa combinação como um pilar estratégico para estabilizar o ambiente de negócios.

Se aprovarem a MP com agilidade, ela poderá compensar parte das perdas causadas pelas tarifas, enquanto as negociações diplomáticas avançam para reverter ou minimizar as medidas impostas pelos Estados Unidos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.