Nos últimos meses, a Via (VIIA3), empresa dona da Casas Bahia e do Ponto, tem realizado uma redução em seu quadro de pessoal como parte de um movimento de reestruturação e busca por economia e redução de despesas, de acordo com informações obtidas pelo Valor. A estratégia envolve diferentes departamentos, hierarquias e negócios da empresa, visando a ganhos de produtividade em uma estrutura mais enxuta.
Somente nesta semana, cerca de 100 pessoas foram demitidas na área administrativa, sendo que o processo de redução ainda está em andamento. A expectativa é que a empresa alcance uma redução entre 10% e 15% do quadro de funcionários, dependendo do departamento, com a reorganização também envolvendo a redução de hierarquias e priorização de projetos. Em junho, também houve uma redução de pessoal no banco digital da rede, o banQi.
No final de 2022, a Via contava com 46 mil funcionários, de acordo com o formulário de referência entregue à B3, sendo que em 2021 eram 45,9 mil. A mudança na direção da empresa, com a saída de Roberto Fulcherberguer e a entrada de Renato Franklin, ex-CEO da Movida, tem como objetivo levar a Via a retomar o crescimento em áreas em que se destaca em relação aos concorrentes, como financiamento e logística.
No entanto, a nova gestão terá que lidar com a perda de confiança por parte dos investidores, agravada pelos indicadores abaixo do esperado apresentados pelo grupo nos últimos anos. Embora bancos de investimento tenham levado à Via a ideia de uma oferta de ações aproveitando uma possível “janela” no segundo semestre, ainda não há decisão nesse sentido. Alguns gestores apontam que isso reflete mais o desejo dos bancos de retomar as operações do que um plano organizado dentro da varejista.
Apesar da queda de 14% no valor de mercado da Via neste ano, a empresa não tem uma urgência para realizar uma oferta de ações, uma vez que a renegociação das dívidas mais pesadas com os bancos para 2023 já foi concluída no primeiro semestre, no valor de aproximadamente R$ 850 milhões. Em junho, a empresa realizou uma captação de R$ 1,11 bilhão por meio de emissão de debêntures para pagamento de dívidas.
A nova gestão da Via busca retomar o crescimento da empresa, focando em suas áreas de destaque e trabalhando na recuperação da confiança dos investidores. A redução do quadro de pessoal faz parte do processo de reestruturação em busca de maior eficiência operacional e financeira.