Ajuste necessário

Passagens aéreas podem explodir até setembro: setor pressiona Haddad contra alta do IOF

Companhias alertam que aumento do IOF e do IR sobre leasing pode encarecer bilhetes e inviabilizar rotas regionais.

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  • Aumento do IOF pode custar R$ 600 milhões ao setor aéreo em 2025.
  • Reforma tributária e IR sobre leasing elevam risco de perda de competitividade.
  • Passagens podem encarecer e destinos regionais correm risco de inviabilização.

As principais empresas aéreas brasileiras decidiram aumentar a pressão sobre o governo federal diante da escalada de custos tributários. O setor estima que apenas a alta do IOF para 3,5% representará um impacto adicional de R$ 600 milhões por ano.

Na última sexta-feira (15), executivos da Latam, Azul e GOL, acompanhados pelo presidente da Abear, Juliano Noman, estiveram reunidos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O objetivo foi apresentar alternativas para evitar que o aumento de impostos provoque repasses diretos ao preço das passagens.

Impasse com o IOF

O setor exige que anunciem a solução até setembro. A urgência se deve ao risco de desequilíbrio competitivo em relação às companhias internacionais, que operam com estruturas tributárias diferentes.

Embora a alíquota de IOF valha também para empresas estrangeiras, essas companhias conseguem realizar leasing e reposição de peças fora do país, sem o mesmo impacto nos custos.

Esse cenário, segundo a Abear, pode distorcer o mercado, tornando o transporte aéreo nacional menos competitivo e forçando ajustes de rotas.

Pressão fiscal crescente

Além do IOF, a reforma tributária é vista com preocupação pelas empresas aéreas, já que triplica a carga do setor. Outro ponto em debate é o imposto de renda sobre arrendamento de aeronaves, que pode chegar a 15% até 2027.

A Abear calcula que a judicialização ligada ao tema pode gerar impacto de R$ 1,2 bilhão por ano, agravando ainda mais a situação financeira.

Para Juliano Noman, a agenda precisa ser encarada como prioridade nacional, pois está diretamente ligada à competitividade e à expansão do transporte aéreo no Brasil.

Risco de passagens mais caras

Com o aumento da carga tributária, as empresas afirmam não ter como absorver os custos adicionais. A tendência, portanto, é repassar parte da conta aos consumidores.

Se isso ocorrer, os preços das passagens aéreas subirão, afetando não apenas grandes centros, mas principalmente destinos regionais.

Noman explica que, sem uma solução rápida, o setor terá que escolher entre reajustar tarifas ou reduzir o potencial de crescimento. Ambos os caminhos comprometem a conectividade do país e penalizam os passageiros.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.