CGU sem dados

Pé-de-meia: MEC e Caixa escondem dados sobre benefício

O governo federal destinou R$ 5,78 bilhões ao programa, mas não possui informações detalhadas sobre os alunos que receberam os pagamentos.

programa pe de meia
programa pe de meia
  • MEC e Caixa afirmam à CGU que não possuem dados sobre localização dos estudantes do Pé-de-Meia
  • Programa distribuiu R$ 1.000 para alunos que concluíram o ensino médio, mas sem transparência nos registros
  • Tribunal de Contas da União exige inclusão do programa no orçamento oficial

O Ministério da Educação (MEC) e a Caixa Econômica Federal admitiram à Controladoria-Geral da União (CGU) que não sabem onde estão os quase 4 milhões de estudantes beneficiados pelo programa Pé-de-Meia. O governo federal destinou R$ 5,78 bilhões ao programa, mas não possui informações detalhadas sobre os alunos que receberam os pagamentos.

Falta de transparência nos dados

O presidente Lula (PT) mencionou o Pé-de-Meia em pronunciamento na televisão para destacar o pagamento da parcela de R$ 1.000 aos estudantes que concluíram o ensino médio em 2023.

No entanto, quando questionados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), tanto o MEC quanto a Caixa declararam desconhecer a localização exata dos alunos beneficiados.

Segundo a CGU, a Caixa informou que os pagamentos foram feitos por meio de contas Poupança Social Digital, vinculadas a uma única agência digital. Dessa forma, o que impede a identificação do município dos beneficiários.

O banco sugeriu que o MEC fosse consultado, mas o ministério também não possuía as informações solicitadas.

“Entende-se pela inexistência destas informações, considerando que o MEC afirma que ainda está realizando gestões referentes a esses dados”, afirmou a CGU em resposta ao pedido de informação.

Orçamento questionado pelo TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu inicialmente os pagamentos do Pé-de-Meia, alegando a falta de previsão orçamentária e a necessidade de transparência nos gastos.

Dias depois, o tribunal liberou os pagamentos para evitar prejuízos aos estudantes, mas determinou que os valores fossem devidamente registrados no orçamento.

Até o momento, o Ministério da Fazenda e o MEC ainda precisam cortar despesas para incluir o Pé-de-Meia dentro do orçamento oficial. Enquanto isso, o programa continua a operar em um “orçamento paralelo”.

Governo defende o programa

Apesar das críticas, o governo garante que o Pé-de-Meia segue ativo e dentro das normas.

“Todos os aportes feitos para o Pé-de-Meia foram aprovados pelo Congresso e cumpriram as normas orçamentárias vigentes”, afirmou o MEC na semana passada.

A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Helena Serafina Schweickardt, reforçou que o programa permanece “firme e forte”.

No entanto, a falta de transparência sobre a destinação dos recursos e a ausência de informações precisas sobre os estudantes atendidos geram questionamentos sobre a gestão e a eficiência do programa.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ