- Em julho, 228 empresas solicitaram recuperação judicial, marcando um aumento de 29% em relação ao mês anterior
- E, mais do que o dobro (123,5%) em comparação com o mesmo período do ano passado
- Isto, de acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian
Em julho, 228 empresas solicitaram recuperação judicial, marcando um aumento de 29% em relação ao mês anterior. E, mais do que o dobro (123,5%) em comparação com o mesmo período do ano passado. Isto, de acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian.
Esse número representa o maior registro de 2024 e o maior desde o início da série histórica em 2005, conforme divulgado pela Serasa.
“O aumento dessas solicitações reflete os desafios enfrentados pelas empresas, destacando um movimento crescente em direção aos mecanismos legais de reorganização financeira em um cenário econômico incerto”, avaliou o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
De acordo com Rabi, a alta taxa de inadimplência — com 6,9 milhões de CNPJs endividados em junho — sugere que, a menos que essa situação melhore, os pedidos de recuperação judicial podem continuar a crescer.
Os dados de julho revelam que as micro e pequenas empresas lideraram o aumento nas solicitações de recuperação judicial, com 166 casos registrados. Em seguida, estão as empresas médias, com 43 pedidos, e as grandes companhias, com 19 solicitações.
Falências
Em julho, foram registradas 96 solicitações de falência, marcando um aumento de 12,9% em relação ao mês anterior. No entanto, comparado ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 15,8%.
Analisando por porte, as micro e pequenas empresas lideraram com 58 pedidos, seguidas pelas médias empresas com 23 solicitações e pelas grandes empresas com 15 registros.
SideWalk anuncia pedido de recuperação judicial junto à dívidas
A marca de roupas SideWalk apresentou nesta quarta-feira (7), um pedido de recuperação judicial para fazer frente a dívidas estimadas em R$ 25,5 milhões. Segundo a empresa, o conjunto entre a pandemia da covid-19, os altos preços dos aluguéis cobrados pelos shoppings e as mudanças climáticas foram os principais fatores que levaram à crise da rede. Cujas maiores coleções são voltadas à moda de inverno.
O processo, no entanto, corre na 3.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo (SP). O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estadão) apurou, contudo, que o grupo até tentou negociação com seus credores uma recuperação extrajudicial. Mas, que não foi possível chegar a um acordo.
Conforme descrito na petição inicial, nos últimos 12 meses houve uma queda de 15% nas vendas da SideWalk, que “dependem das temperaturas frias”. O aumento do consumo via marketplaces e o “alto custo de ocupação” dos shopping centers também impactaram negativamente a saúde da empresa. Assim, afirmou a marca nos autos.
Fundado em 1982, o grupo SideWalk é composto pelas companhias Canroo e Mult-Side. O processo de recuperação judicial envolve 21 unidades. Isto, além de outras 12 em fase de fechamento. A marca, no entanto, conta ainda com 20 franquias que não integram o processo.
À Justiça, o grupo pede a antecipação do chamado “stay period”, sendo a antecipação da proteção contra credores. Dessa forma, até que o pedido de recuperação seja efetivamente aceito pelo juiz. Além disso, pede a manutenção dos serviços essenciais de internet, luz e telefonia.
Entre os fornecedores com quem a empresa tem débitos em aberto, o grupo cita Claro, Telefônica Brasil, America Net, Vogel, Terra, Telesp, Eletropaulo e Linx.