"Perdeu mané": filho de Ministro do STF desiste de voltar aos EUA para trabalhar em bancão privado

Bernardo Van Brussel Barroso, filho do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, decidiu não retornar aos Estados Unidos para evitar possíveis constrangimentos na imigração. O executivo, que atua como diretor do BTG Pactual (BPAC11) em Miami, estava de férias na Europa e optou por voltar ao Brasil.

A decisão foi motivada pelo endurecimento da postura do governo norte-americano, que recentemente suspendeu vistos de ministros do STF, incluindo seu pai, em meio a uma crise diplomática envolvendo acusações de abuso de poder e violações de direitos humanos.

Lei Magnitsky e sanções a ministros do STF

O caso ganhou força após a aplicação da Lei Magnitsky — mecanismo legal que permite aos EUA sancionar estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes foi incluído na lista de sanções, sofrendo bloqueio de bens, proibição de entrada no país e restrições financeiras.

Essa medida foi considerada inédita contra um magistrado de um país democrático e provocou forte reação do governo brasileiro, que classificou as sanções como “interferência indevida”.

Acusações de censura e repressão

Alexandre de Moraes é alvo de críticas por sua atuação em processos que miram aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre as medidas contestadas estão o bloqueio de perfis nas redes sociais, prisões preventivas e censura de conteúdos.

Setores da oposição e organizações internacionais apontam que tais decisões configuram restrição à liberdade de expressão e abuso de autoridade.

Escalada nas tensões Brasil–EUA

As sanções contra ministros do STF e a suspensão de vistos intensificaram o clima de tensão entre Brasília e Washington. Além das punições individuais, o governo norte-americano impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o que levou o Planalto a acionar organismos internacionais e a preparar possíveis retaliações comerciais.

O caso do filho de Barroso se torna, assim, mais um capítulo de uma crise diplomática que mistura política, justiça e disputas ideológicas, com impacto direto nas relações bilaterais e no cenário político interno brasileiro.