Energia e combustíveis

Petrobras anuncia corte de 14% no preço do gás natural para distribuidoras em agosto

Redução acompanha queda do petróleo Brent e valorização do real e pode aliviar custos de consumo e transporte.

Crédito: Depositphotos
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  • Petrobras reduz em média 14% o preço da molécula do gás natural a partir de 1º de agosto.
  • Queda do petróleo Brent e valorização do real motivaram o corte.
  • Desde 2022, a redução acumulada no preço da molécula já chega a 32%.

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (28) que vai reduzir em 14% o preço da molécula de gás natural vendida às distribuidoras a partir de 1º de agosto. A queda considera a média em relação ao trimestre anterior, conforme previsto nos contratos firmados com as concessionárias.

A redução está diretamente ligada à variação do petróleo Brent e do câmbio. Segundo a estatal, houve uma queda de 11% na cotação do Brent e uma apreciação de 3,2% do real frente ao dólar no período de referência, o que ajudou a compor o novo valor praticado.

Queda acompanha indicadores internacionais

A fórmula de precificação da Petrobras para o gás natural considera oscilações trimestrais. A empresa explicou que a atualização da tarifa segue o comportamento do Brent, principal referência internacional para o preço do petróleo, além da variação cambial.

No caso do trimestre que se inicia em agosto, a empresa destacou que os dois indicadores apontaram para baixo. Com isso, houve espaço para o corte médio de 14% na venda da molécula para as distribuidoras.

Além disso, a Petrobras afirmou que o efeito acumulado desde dezembro de 2022 já soma uma redução de 32% no preço médio da molécula. Se forem aplicados os prêmios de performance e incentivo à demanda, criados pela estatal em 2024, a queda poderia chegar a 33%.

Efeito ao consumidor depende da distribuidora

Apesar do corte anunciado pela Petrobras, o impacto final para o consumidor pode variar conforme a concessionária de gás responsável pelo fornecimento em cada estado. Isso acontece porque o preço total ao consumidor final inclui outros custos, como transporte, margens comerciais e tributos federais e estaduais.

A companhia destacou ainda que os efeitos reais por distribuidora dependem do tipo de produto contratado. Além disso, a adesão a mecanismos de incentivo criados pela Petrobras pode ampliar a redução em algumas regiões, conforme o desempenho e volume de aquisição.

No caso do Gás Natural Veicular (GNV), o preço ao motorista ainda depende dos postos revendedores. Ou seja, a queda nas bombas não é automática, e dependerá da política comercial adotada ao longo da cadeia de fornecimento.

Corte pode beneficiar indústria e transporte

Para o setor industrial e de transporte, a redução chega em momento estratégico. Com o gás natural mais barato, empresas que usam o insumo como fonte energética podem reduzir custos operacionais. Além disso, há expectativa de impacto positivo sobre frotas movidas a GNV, especialmente no transporte público e por aplicativos.

O movimento também traz alívio para estados que enfrentam aumentos no custo de energia ou repasses de combustíveis. Ainda que o gás natural represente uma fatia menor da matriz energética brasileira, a sua relevância cresce nos segmentos logístico e comercial.

Por fim, a Petrobras reforçou que continuará ajustando os preços conforme os parâmetros de mercado. A estatal segue com contratos atrelados à volatilidade internacional, mas mantém mecanismos para suavizar oscilações bruscas e garantir previsibilidade aos clientes.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.