
- A estatal afirmou que ainda não definiu sua posição em relação à participação na petroquímica
- O comunicado ocorreu após reportagem do Valor Econômico sobre bancos credores discutindo um novo acordo acionista com a Petrobras
- A indefinição mantém investidores atentos aos possíveis desdobramentos na relação entre Petrobras e Braskem
A Petrobras (PETR3; PETR4) afirmou nesta quarta-feira (26) que ainda não tomou nenhuma decisão sobre sua participação na Braskem (BRKM5). O comunicado da estatal veio após uma reportagem do jornal Valor Econômico informar que bancos credores da petroquímica estão negociando um novo acordo de acionistas com a Petrobras.
Segundo o jornal, esses bancos, que detêm a participação da Braskem como garantia de dívidas de aproximadamente R$ 15 bilhões, decidiram alocar suas ações em um fundo.
A Petrobras estaria participando das negociações sobre esse movimento. Assim, o que levantou especulações no mercado sobre uma possível mudança na estrutura de controle da Braskem.
Due diligence e estratégia de mercado
Em seu esclarecimento, a Petrobras reforçou que realizou uma due diligence na Braskem para avaliar o eventual exercício de direitos de “tag along” ou de preferência na hipotética venda da fatia da Novonor na petroquímica.
Esse procedimento permitiu à estatal uma análise mais detalhada sobre as condições financeiras e estratégicas da empresa. No entanto, não significa, necessariamente, que uma aquisição está em pauta.
De acordo com analistas do Bradesco BBI, a eventual criação desse fundo não deve impactar a estratégia da Braskem de se tornar mais eficiente e superar o ciclo de baixa do mercado petroquímico.
O banco também apontou que não espera que os bancos vendam suas ações em breve, devido ao baixo preço atual dos papéis.
Repercussão no mercado financeiro
Apesar da incerteza sobre os rumos da Petrobras na Braskem, o mercado reagiu positivamente às informações. As ações da petroquímica (BRKM5) tiveram uma forte valorização ao longo da sessão. Às 14h10 (horário de Brasília), os papéis saltavam 12,66%, atingindo R$ 12,10.
O movimento expressivo sugere, portanto, que os investidores enxergam uma potencial reestruturação da empresa como algo positivo.
Entretanto, a Petrobras segue cautelosa em relação à sua participação no futuro da Braskem, especialmente considerando a alta alavancagem da petroquímica e a visibilidade limitada sobre uma possível melhora nas margens do setor.
A expectativa agora é de que novos desdobramentos sobre as negociações possam influenciar os rumos da petroquímica e sua estrutura acionária nos próximos meses.