A Petrobras anunciou um reajuste de R$0,22 por litro no preço do diesel a partir de amanhã, elevando o valor médio do combustível nas refinarias para R$3,72 por litro. O ajuste, que já refletiu no mercado financeiro, impulsionou as ações da empresa: as PN subiram 1,71%, para R$38,03, e as ON avançaram 1,91%, para R$42,16. Apesar da reação positiva no mercado de capitais, especialistas alertam para os efeitos do aumento em setores estratégicos e na inflação.
Segundo André Braz, economista da FGV, o impacto direto do reajuste no IPCA é de 0,01 ponto percentual (pp). No entanto, ele destaca que o efeito indireto pode ser mais significativo, já que o aumento do diesel tende a espalhar a inflação por meio de custos logísticos e de produção.
“O diesel é um insumo crítico para o agronegócio, o transporte público e a geração térmica de energia, o que amplia seu impacto na economia”.
afirmou Braz.
Leonardo Costa, da ASA, concorda que o impacto direto no IPCA é mínimo, já que o diesel tem peso de apenas 0,06% no índice. Porém, ele ressalta que o aumento pode pressionar os preços dos alimentos devido ao custo de distribuição.
“O reajuste tende a afetar indiretamente a cadeia de suprimentos, especialmente em setores sensíveis como o agro”.
explicou Costa.
Andréa Angelo, economista da Warren, avalia que o impacto do reajuste no IPCA em 2025 será pequeno, mantendo a projeção de 5,6% para o ano.
“O aumento é relevante, mas seu efeito inflacionário é diluído ao longo do tempo”.
disse.
Ainda assim, o ajuste preocupa setores que dependem fortemente do combustível, como transporte e logística, que já enfrentam custos elevados.
O reajuste do diesel reforça a atenção sobre a política de preços da Petrobras e seus efeitos na economia, especialmente em um momento de pressões inflacionárias e desafios logísticos. Enquanto o mercado financeiro celebra a alta das ações, setores produtivos e consumidores ficam atentos aos reflexos do aumento.