Novo risco

Petrobras em risco: estatal investirá novamente em negócios que causaram prejuízos bilionários

Estatal aposta em retomada da produção de fertilizantes e na criação de frota própria de navios, mesmo após histórico de perdas e projetos paralisados

Petrobras Lula

A Petrobras (PETR4) decidiu retomar dois segmentos que no passado representaram grandes prejuízos: a produção de fertilizantes e a operação de embarcações próprias. A medida faz parte da nova estratégia da companhia para aumentar a autossuficiência do país e reduzir dependências externas, mas reacende alertas sobre o risco de repetir erros bilionários do passado.

As plantas de fertilizantes localizadas na Bahia e em Sergipe receberão cerca de R$ 38 milhões cada em manutenção e modernização, com previsão de retomada das atividades no início de 2026. Juntas, as unidades devem produzir ureia e Arla 32, substâncias essenciais para o agronegócio e para o transporte rodoviário. A estatal também avalia reabrir a fábrica do Paraná, fechada em 2018 após prejuízos acumulados desde 2013.

Aposta em negócios que já deram errado

O setor de fertilizantes foi um dos que mais sangraram nas últimas gestões da Petrobras (PETR3). Os altos custos de produção, somados à concorrência com importados mais baratos, levaram à hibernação de unidades e a um impacto bilionário nos balanços da estatal. Agora, sob nova administração, a companhia defende que o cenário é outro e que o Brasil precisa reduzir a dependência externa — responsável por mais de 80% do consumo atual de fertilizantes.

Além disso, a Petrobras quer investir na formação de uma frota própria de navios, retomando uma área que também já foi fonte de escândalos e prejuízos. O plano inclui a contratação de até 44 embarcações de apoio marítimo até o final de 2025, com o objetivo de fortalecer a logística e reduzir a dependência de empresas terceirizadas no transporte de petróleo e derivados.

Nova estratégia ou erro repetido?

Segundo a direção da companhia, os projetos serão conduzidos com maior controle financeiro e foco em rentabilidade, evitando repetir erros anteriores. A estatal acredita que, com as três plantas em operação — Bahia, Sergipe e Paraná —, será possível suprir cerca de 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados até 2026.

A decisão, no entanto, divide opiniões entre analistas e o mercado financeiro. Parte vê a iniciativa como necessária para a segurança produtiva e energética do país, enquanto outros consideram o retorno a setores que já mostraram baixo potencial de lucro uma aposta arriscada. O desafio será conciliar o discurso de soberania com a necessidade de entregar resultados consistentes aos acionistas.

Desafios à frente

Os novos investimentos chegam em um momento de pressão sobre o caixa da estatal, que busca diversificar receitas sem comprometer o foco no pré-sal. A criação de frota própria, por exemplo, exige altos investimentos de longo prazo e depende da capacidade dos estaleiros brasileiros em cumprir prazos e padrões técnicos. Já o setor de fertilizantes segue sujeito à volatilidade global, especialmente em insumos importados e câmbio.

A retomada desses projetos pode marcar uma nova fase da Petrobras — ou reviver capítulos antigos de má gestão e prejuízos bilionários. Tudo dependerá da execução, da transparência dos contratos e da capacidade da companhia de transformar antigas perdas em uma nova vantagem competitiva.

Principais pontos

  • Petrobras retomará fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe, com previsão de operação em 2026.
  • Criação de frota própria de navios visa reduzir custos e dependência logística.
  • Histórico de prejuízos bilionários exige cuidado redobrado e gestão eficiente dos novos projetos.
Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.