A Petrobras deverá ajustar o preço do diesel nas próximas semanas, enquanto a gasolina permanecerá com os preços inalterados. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a presidente da estatal, Magda Chambriard, transmitiu essa informação para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião realizada na noite de segunda-feira (27).
De acordo com fontes, Lula questionou o percentual do reajuste, mas Chambriard informou que os cálculos ainda estão em análise pelos técnicos da empresa.
Pressão por reajuste no preço do diesel
Mesmo com a queda no preço internacional do petróleo, a gasolina e o diesel vendidos no Brasil continuam com defasagens expressivas em relação aos preços praticados no mercado externo. Esse tema será central na próxima reunião do conselho de administração da Petrobras, marcada para o dia 29 de janeiro.
Segundo dados da semana passada de consultorias e entidades como StoneX e CBIE, o diesel apresenta uma diferença que varia entre 12,2% e 23,6% abaixo do preço internacional. Já a gasolina registra defasagens entre 8,5% e 15%.
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o diesel foi vendido nesta segunda-feira (27) com uma defasagem média de R$ 0,65 por litro nas refinarias da Petrobras — cerca de 19% abaixo dos valores praticados no mercado externo. Já o litro da gasolina apresenta uma defasagem de R$ 0,23, ou 8% a menos que os preços internacionais.
A defasagem nos combustíveis está diretamente ligada à mudança na política de preços da Petrobras, que abandonou a paridade de importação (PPI) em maio de 2023. Essa alteração foi feita com o objetivo de reduzir os efeitos da volatilidade do mercado internacional no consumidor brasileiro.
Conversas internas na Companhia
O tema já vinha sendo discutido internamente pela Petrobras desde o início do mês. Segundo o Painel S.A., conselheiros destacaram que o reajuste não poderia mais ser adiado e seria abordado na primeira reunião do conselho de 2024.
Investidores internacionais demonstraram preocupação com possíveis interferências do governo nos preços da Petrobras. A defasagem entre os preços praticados no Brasil e os valores internacionais, influenciados pela cotação do dólar e do barril de petróleo, gerou pressão para um ajuste.
A última vez que a Petrobrás reajustou o preço dos combustíveis foi em julho de 2024, quando a companhia reajustou somente a gasolina – em 7,11%
Diesel acumula defasagem elevada
Nos últimos 20 dias, o diesel tem sido comercializado com uma defasagem próxima ou superior a 20%, cenário que não se via desde agosto de 2023, quando a estatal precisou realizar ajustes de preços.
Aliás, 2024 marca um fato inédito: pela primeira vez em 13 anos, a Petrobras encerrou um ano inteiro sem reajustar o preço do óleo diesel, mesmo com a volatilidade do mercado. A gasolina, por sua vez, teve apenas uma alteração de preço no período.