Disputa ambiental

Petrobras inicia último teste para explorar petróleo na Margem Equatorial e pressiona Ibama

Simulado mobiliza 400 pessoas e divide governo entre defesa da exploração e críticas de ambientalistas.

bombas petroleo
bombas petroleo
  • Petrobras realiza último simulado exigido pelo Ibama na Foz do Amazonas.
  • Operação mobiliza 400 pessoas e amplia pressão por licença.
  • Governo apoia exploração, mas ambientalistas alertam para riscos ambientais.

A Petrobras iniciou no último domingo (24) a última etapa antes da licença ambiental para perfuração de petróleo na Margem Equatorial. O teste ocorreu no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, e tem acompanhamento do Ibama.

O exercício é um simulado de resposta a acidentes, com foco em derramamento de óleo. Sendo assim, a operação deve durar até quatro dias e pode definir de forma decisiva o futuro da exploração na região.

Estrutura do teste

A avaliação mobiliza mais de 400 pessoas e inclui uma estrutura sem precedentes. Estão envolvidos uma sonda, três helicópteros, seis embarcações, um avião e centros de atendimento à fauna em Belém (PA) e Oiapoque (AP).

Segundo a Petrobras, mais de 100 profissionais especializados, incluindo veterinários e biólogos, participam para proteger animais em caso de emergência. Assim, a estatal classifica a operação como “a maior estrutura de resposta já mobilizada pela companhia”.

Desse modo, o Ibama analisará a efetividade da resposta antes de decidir sobre a licença ambiental, cujo processo se arrasta desde 2023.

O peso da Margem Equatorial

A região, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, é vista como a nova fronteira de petróleo e gás no mundo. Países vizinhos, como Guiana e Suriname, já registraram grandes descobertas.

No Brasil, porém, a Petrobras só tem autorização para perfurar na Bacia Potiguar. Além disso, na Foz do Amazonas, a estatal ainda depende da liberação do Ibama.

Portanto, a companhia afirma que atrasos custam R$ 4 milhões por dia e que o projeto é estratégico para evitar a necessidade de importar petróleo na próxima década.

Pressão política e críticas

O tema divide o governo. O Ministério de Minas e Energia e o presidente Lula defendem a exploração. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também pressiona pela liberação.

Já ambientalistas criticam a atividade, alegando que pode afetar ecossistemas sensíveis e contradizer compromissos de transição energética. Ademais, organizações cobram mais foco em energias renováveis.

Por fim, a decisão do Ibama, ainda sem data, definirá se a Petrobras poderá avançar em uma das áreas mais promissoras e mais polêmicas do setor energético.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.