A Petrobras (PETR3; PETR4) abandonou a política da gestão anterior de vender ativos para levantar recursos, considerada “irracional” pelo atual presidente da petrolífera, Jean Paul Prates. Em entrevista à Bloomberg News, Prates afirmou que a empresa agora pretende abordar a gestão de portfólio com “outro plano, dentro de outra estratégia”.
Nesse contexto, a Petrobras avalia aumentar sua participação na petroquímica Braskem (BRKM5), em vez de se desfazer da fatia que detém em parceria com a Novonor, antiga Odebrecht.
Segundo Prates, nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva no início deste ano, a venda das ações ainda é uma opção, mas também é possível aumentar a participação: “Podemos vender ou comprar”.
A lista de ativos que a Petrobras colocou à venda na gestão anterior, mas ainda não concluiu, inclui um gasoduto, campos de petróleo e unidades de refino.
Esses ativos agora serão avaliados caso a caso. Prates não descartou a venda de participações em refinarias para parceiros privados e confirmou que a Petrobras cancelou a venda de sua empresa de biodiesel.
O Ministério de Minas e Energia solicitou à Petrobras, neste mês, a suspensão por 90 dias de cerca de US$ 2 bilhões em desinvestimentos já assinados, mas ainda não concluídos, para revisar as transações. Em resposta, a Petrobras afirmou que prosseguiria com as vendas assinadas.
Prates prometeu “não atacar” acordos formais de venda, incluindo direitos de campos de petróleo comprados pela 3R Petroleum e Seacrest Petroleo, e afirmou: “Com certeza não vamos vender tantos ativos como antes, senão por outros motivos, porque os melhores já se foram”.
A Petrobras também se opõe a um imposto de exportação que surpreendeu o setor de energia e gerou forte oposição de produtores estrangeiros que operam no país.
A estatal conversou com o presidente Lula e o Ministério de Minas e Energia sobre os impactos negativos do imposto e a necessidade de não torná-lo permanente. Prates alertou que, caso o imposto de exportação se torne permanente, o Brasil passaria a importar ainda mais diesel, já que o país refinará mais o próprio petróleo em vez de exportá-lo, alterando o modo de operação das refinarias nacionais.