A Petrobras e seus acionistas tiveram um dia para se esquecer nesta segunda-feira (24). A companhia perdeu R$ 50 bilhões em valor de mercado.
As ações da companhia fecharam em queda aproximada de 10% no primeiro pregão da semana, e assustou investidores.
O que explica a queda?
Os investidores retomaram a cautela diante dos possíveis desdobramentos do episódio envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson na corrida eleitoral nesta segunda-feira, e o resultado foi uma verdadeira chacina na bolsa. Bolsonaristas admitem que a reação do aliado à ordem de prisão, atirando contra policiais e exigindo a presença do ministro da Justiça para se render, poderá ter efeito negativo sobre a campanha. O incidente ocorre na última semana antes das eleições e justamente no momento que Bolsonaro vinha reduzido a distância de Lula nas pesquisas, voltando a explodir o risco político da economia brasileira.
A agenda doméstica carregada, com reunião do Copom e IPCA-15, ficou em segundo plano. A Petrobras, devido ao fato de ser uma estatal, está diretamente ligada ao risco político do mercado, que pode interfirir na política operacional da companhia e nos resultados.
Dados irão aliviar quedas?
Na abertura do pregão desta terça-feira, investidores irão digerir a divulgação dos dados de produção e venda da petroleira, disponibilizados ao mercado após o pregão de ontem.
A petroleira apresenta queda na produção de petróleo e gás entre julho e setembro, assim como um recuo em suas vendas de combustíveis no período na comparação anual, segundo relatório trimestral publicado na noite de segunda-feira.
A produção total de petróleo e gás da petroleira somou 2,644 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) no terceiro trimestre, queda de 6,6% versus um ano antes e recuo de 0,3% ante o trimestre anterior, diante de paradas para manutenção e entrada de parceiros em importantes ativos.
Assim, a produção de petróleo da empresa no Brasil atingiu 2,115 milhões de barris por dia (bpd) no período, recuo de 6,8% na mesma comparação e estável ante o segundo trimestre.