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Petróleo abaixo dos US$ 70: veja o que está por trás e como isso afeta as ações de juniors brasileiras

Santander prevê recuperação das petroleiras em julho

Petróleo, petroleiras
Foto de Kokhanchikov

A trégua entre Israel e Irã teve reflexo imediato nos mercados globais: o petróleo Brent, principal referência internacional, voltou a ser negociado abaixo de US$ 70. Nesta quinta-feira (26), a commodity operam em alta de 1,52% aos US$ 67,47 por barril após despencar cerca de 12% em apenas dois dias. Esse é o novo normal?

Com o cessar-fogo reduzindo temporariamente os riscos geopolíticos, os investidores voltam seus olhos para os fundamentos do petróleo. “Com o alívio das tensões no Oriente Médio, o mercado deve se concentrar novamente na dinâmica entre oferta e demanda”, afirmaram analistas do Santander.

O banco destaca que, embora o risco de rompimento do acordo ainda exista, o chamado prêmio geopolítico — a elevação dos preços por causa de conflitos — tende a se dissipar nos próximos dias, desde que o ambiente permaneça estável.

Nesse novo cenário, todas as atenções se voltam para a próxima reunião da Opep+, marcada para 6 de julho, quando será discutida a possível reversão dos cortes de produção de 2,2 milhões de barris por dia.

Segundo o Santander, além da decisão do cartel, o mercado também estará atento à capacidade de a demanda global absorver o eventual aumento de oferta.

Outro ponto de atenção é o avanço da produção fora da Opep, especialmente nos Estados Unidos e América do Sul. Dados recentes já indicam aumento das exportações de petróleo pelos países do grupo, o que pode pressionar ainda mais os preços.

Com tudo isso no radar, o Santander mantém sua projeção de Brent a US$ 65 por barril tanto em 2025 quanto em 2026. “É um patamar compatível com o equilíbrio de mercado, considerando estabilidade geopolítica”, escreveram os analistas.

E as petroleiras brasileiras?

Com o Brent em queda, investidores voltam a observar os fundamentos de empresas como PRIO3, BRAV3 e RECV3 — e o Santander vê espaço para recuperação a partir de julho.

A Prio (PRIO3) apresentou produção volátil nos últimos meses, segundo dados da ANP, com sinais de retomada em Frade e TBMT, mas ainda instabilidades em Peregrino e Albacora Leste.

Já a Brava Energia (BRAV3) vem entregando um desempenho mais consistente, com estabilidade em campos como Atlanta e Papa-Terra.

No caso da PetroReconcavo (RECV3), a produção será impactada em junho por conta da paralisação temporária do campo de Cassarongongo — mas o banco espera uma recuperação já no mês seguinte.

“O mês de julho pode marcar um ponto de inflexão para as ações das três companhias. Se a recuperação da produção se confirmar, há potencial para destravamento de valor”, afirmou o Santander.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.