Comércio exterior

Petróleo lidera exportações do Brasil aos EUA; veja os principais produtos da lista

EUA são o segundo maior destino das vendas externas brasileiras; petróleo responde por bilhões da receita em 2024.

Petróleo, petroleiras
Foto de Kokhanchikov
  • Petróleo gerou mais de US$ 7,6 bilhões em exportações para os EUA em 2024
  • Ferro, aço, carne e café também estão entre os principais produtos vendidos
  • China ainda lidera como maior mercado para as exportações do Brasil

O petróleo liderou com folga a pauta de exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2024, com receita de US$ 7,664 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Sendo assim, até junho de 2025, as vendas desse produto ao mercado norte-americano já somavam US$ 3,252 bilhões, reforçando sua importância estratégica.

Desse modo, mesmo com um setor energético forte, os EUA mantêm elevada a demanda por petróleo brasileiro. A proximidade entre os países, os contratos de longo prazo e a qualidade do óleo nacional, mais leve e de fácil refino, ajudam a consolidar esse comércio como pilar nas relações bilaterais.

Outros setores também ganham espaço na balança

Além do petróleo, o Brasil também exporta uma série de produtos com peso considerável na balança comercial com os EUA. Na segunda colocação, aparecem os produtos de ferro e aço, que mantêm forte presença na construção civil e na indústria americana. O volume financeiro exato desse grupo não foi divulgado, mas ele representa uma fatia importante das exportações.

Em seguida, ganham destaque os produtos alimentícios. Café, cacau, chá e especiarias estão entre os preferidos dos consumidores norte-americanos. A tradição e a qualidade do café brasileiro, por exemplo, são fatores determinantes para esse sucesso.

Outros itens de peso na lista incluem carne bovina e suas preparações, vegetais e frutas tropicais, além de celulose, máquinas industriais e equipamentos para geração de energia. Esses setores não apenas diversificam a pauta, como também demonstram a força do agronegócio e da indústria nacional.

Esse leque de produtos exportados mostra que, apesar do protagonismo do petróleo, o Brasil tem conseguido manter um portfólio razoavelmente diversificado nas suas relações com os EUA. Isso ajuda a mitigar riscos e amplia oportunidades para diferentes setores da economia.

Estados Unidos seguem como segundo maior parceiro comercial

Os Estados Unidos continuam sendo o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Em 2024, as vendas para os EUA somaram US$ 40,368 bilhões, o que representa uma fatia expressiva da balança comercial brasileira. No entanto, o valor ainda está muito abaixo dos US$ 94,372 bilhões exportados para a China no mesmo período.

Mesmo com a distância econômica para o gigante asiático, os EUA mantêm uma posição estratégica por conta dos acordos comerciais, da estabilidade institucional e da complementaridade das economias. Além disso, são um mercado com alto poder de compra e capacidade de absorver produtos de maior valor agregado.

O desafio para o Brasil, segundo especialistas em comércio exterior, é ampliar a presença de produtos industrializados na pauta. Hoje, commodities e produtos de base ainda dominam as exportações, o que torna o país mais vulnerável a oscilações de preços no mercado internacional.

Apesar disso, os Estados Unidos seguem sendo uma vitrine importante para empresas brasileiras que buscam escala global. Uma presença consolidada no mercado norte-americano tende a abrir portas para outros mercados desenvolvidos, como Europa e Ásia.

Exportações mantêm ritmo, mas clima político traz incertezas

Apesar do bom desempenho das exportações, o cenário político atual pode gerar impactos futuros. Com a recente decisão do ex-presidente Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, as relações comerciais entre os dois países entram em uma fase delicada.

Se essas tarifas forem mantidas, produtos como o próprio petróleo poderão ser diretamente afetados. O impacto seria duplo: uma queda no volume exportado e uma redução da receita, o que afeta toda a cadeia produtiva.

Além disso, setores como o de carnes, máquinas e aço também podem sofrer retaliações. Por isso, representantes da indústria e da diplomacia brasileira já articulam estratégias para tentar reverter ou minimizar os efeitos da medida.

Enquanto isso, a diversificação de mercados se torna ainda mais essencial. Aumentar exportações para países da União Europeia, América Latina e Ásia pode reduzir a dependência dos EUA e proteger o Brasil de turbulências políticas externas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.