PGR teme fuga e pede PF 24h na casa de Bolsonaro

• PGR recomenda equipes da PF 24h perto da residência de Bolsonaro
• STF julga ex-presidente e aliados em 2 de setembro
• Rascunho de asilo à Argentina acendeu alerta adicional nas autoridades

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a Polícia Federal mantenha equipes em tempo integral nas proximidades da casa de Jair Bolsonaro, em Brasília. O parecer foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes e cita risco de descumprimento das cautelares.

Segundo a PGR, o monitoramento deve ser contínuo e discreto. Ainda assim, a orientação é evitar qualquer invasão de domicílio ou incômodo à vizinhança, preservando limites legais.

O que motivou o pedido

O parecer surgiu após solicitação do deputado Lindbergh Farias ao diretor-geral da PF. O parlamentar defendeu reforço de policiamento para garantir a aplicação da lei penal.

Além disso, a PGR avaliou que a medida reduz riscos imediatos. Portanto, a presença de equipes de prontidão facilitaria respostas rápidas a eventuais violações.

No entanto, o órgão frisou que a atuação precisa respeitar as cautelares já em vigor. Assim, o acompanhamento ocorrerá do lado de fora, sem abordagem intrusiva.

Julgamento no STF em pauta

A Primeira Turma do STF julgará Bolsonaro e mais sete aliados em 2 de setembro. O caso integra o chamado núcleo 1 da trama golpista.

Desde o início de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e usa tornozeleira eletrônica. A medida foi adotada após violações ligadas ao uso de redes por terceiros.

Enquanto isso, a proximidade do julgamento elevou a tensão institucional. Desse modo, o reforço policial virou peça adicional na gestão do risco.

Documento de asilo e versões

A PF localizou no celular do ex-presidente um rascunho de pedido de asilo à Argentina. O arquivo, salvo desde 2024, reacendeu dúvidas sobre eventual fuga.

Contudo, a defesa afirmou que não houve solicitação formal. Segundo os advogados, tratava-se apenas de um rascunho sem efeitos práticos.

Ainda assim, o episódio pesou na análise de risco. Por isso, a PGR entendeu que a vigilância constante ajuda a prevenir surpresas.