
- Visa suspendeu cobertura de bagagem em cinco regiões, incluindo Cuba e Irã
- Clientes perdem indenizações de até R$ 2.500 e enfrentam mais restrições
- AIG Seguros aponta falhas de documentação como causa de 29% das negativas
A Visa suspendeu a cobertura de seguro para atraso e extravio de bagagens em viagens para cinco regiões: Cuba, Irã, Coreia do Norte, Síria e Crimeia. A medida atinge passageiros de voos e cruzeiros que utilizam cartões Platinum, Infinite e Signature, conforme relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Segundo a ANAC, clientes que viajarem para esses destinos deixam de receber indenizações de até R$ 2.500, benefício que exigia comprovação de compra integral da passagem com cartão elegível. O bloqueio abrange oito rotas comerciais e duas operadoras de cruzeiros internacionais.
Impacto imediato para clientes
Os dados da própria Visa revelam que 22% das reclamações já eram negadas por falha na emissão do Bilhete de Seguro Viagem, documento que deve ser gerado até 48 horas antes do embarque. Agora, os passageiros que seguem para as regiões afetadas ficam sem qualquer compensação.
Dependentes de até 26 anos ainda mantêm direitos de cobertura, desde que as passagens tenham sido compradas com o mesmo cartão. Em 2024, a AIG Seguros processou 12.400 sinistros familiares, com tempo médio de análise de 14 dias úteis e cobertura que pode incluir até quatro acompanhantes por titular.
O reembolso cobre despesas básicas de higiene pessoal, com limite de R$ 120 por dia, além de vestuário emergencial com teto de R$ 700. Entretanto, equipamentos esportivos e instrumentos musicais estão excluídos, motivo que explica 58% das disputas judiciais abertas no Procon-SP.
Custos e mudanças nas apólices
A operacionalização das apólices cabe à AIG Seguros Brasil, mas há variações de contrato conforme o emissor do cartão. Em 2024, 7% das apólices sofreram cortes unilaterais de cobertura pelos bancos, reduzindo os benefícios dos clientes.
O benefício, embora pareça gratuito, tem um custo implícito de cerca de R$ 92 por titular ao ano, calculado com base em prêmios médios do mercado de seguros. Essa estimativa reforça a importância de o cliente entender os limites do produto antes de viajar.
Além disso, conexões de voo inferiores a quatro horas estão automaticamente excluídas do escopo da proteção. A restrição afeta 12% dos pedidos analisados, especialmente em rotas internacionais com múltiplas escalas.
Regras para acionar o benefício
Para solicitar reembolso, o passageiro deve apresentar documentação comprobatória em até 72 horas após o evento. O prazo médio de análise é de 17 dias úteis, mas 29% dos pedidos terminam com reembolso parcial por falhas na comprovação das despesas.
Embora as indenizações possam ajudar em casos de extravio temporário, o cliente precisa cumprir rigorosamente os prazos e regras. Caso contrário, o risco de negativa é alto, como demonstram as estatísticas recentes.
Portanto, a recomendação de especialistas em defesa do consumidor é que os passageiros verifiquem as condições contratuais antes do embarque, especialmente quando viajam para rotas de maior risco ou destinos bloqueados pela nova política.