Reprovação de Janja

Popularidade de Janja despenca em pesquisa e preocupa o governo petista

Primeira-dama enfrenta queda de aprovação significativa, com reflexos negativos até mesmo entre eleitores de Lula.

Janja Lula - Fernando Frazão/Agência Brasil
Janja Lula - Fernando Frazão/Agência Brasil
  • Pesquisa mostra que a avaliação positiva de Rosângela Lula da Silva caiu 19 pontos desde o início de 2023, indo de 41% para 22%
  • A aprovação de Janja recuou especialmente no Nordeste, entre mulheres e jovens, com a maior queda entre os jovens (de 41% para 18%)
  • A perda de popularidade da primeira-dama acende alerta no governo Lula, que teme que isso impacte negativamente a imagem do presidente
  • Especialistas apontam “arrogância” nas falas de Janja e gastos com viagens e assessores como possíveis motivos para a queda de sua popularidade

A popularidade da primeira-dama da República, Rosângela Lula da Silva, a Janja, sofreu uma queda considerável desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dados da pesquisa Quaest, realizada no começo de dezembro e divulgada nesta semana, revelam que a avaliação positiva de Janja caiu drasticamente. Dessa forma, efletindo um descontentamento crescente entre diferentes grupos da população.

Desaceleração na aprovação

De acordo com a pesquisa, financiada pela corretora Genial Investimentos, a aprovação de Janja recuou 19 pontos percentuais desde fevereiro de 2023.

início do governo, 41% dos entrevistados aprovavam sua atuação, mas esse percentual caiu para 28% em dezembro de 2023. E, no entanto, agora chega a apenas 22%.

Em contraste, a taxa de reprovação, que era de 19% em fevereiro de 2023, aumentou para 28% nos últimos dados. A avaliação regular sobre a primeira-dama também sofreu alteração, passando de 22% para 30%.

Essa queda na popularidade de Janja foi observada em diversas regiões do Brasil, sendo especialmente acentuada no Nordeste. Contudo, tradicionalmente um reduto eleitoral de Lula, onde a aprovação de Janja despencou 27 pontos percentuais, de 56% para 29%.

Esse declínio não se limitou a uma faixa etária ou grupo específico, afetando diferentes segmentos sociais.

Queda significativa entre mulheres e jovens

A pesquisa também revelou que, entre as mulheres, a aprovação de Janja caiu de 46% para 24%. Entre os jovens, a queda foi ainda mais acentuada, indo de 41% para 18%. Esses dados indicam um desgaste considerável no apoio a Janja, especialmente entre as faixas etárias mais jovens e o público feminino.

Além disso, o levantamento mostrou que, entre os católicos, a avaliação negativa de Janja é de 26%. Enquanto entre os evangélicos, a reprovação chega a 34%. A aprovação entre os evangélicos é muito baixa, com apenas 18% de apoio, e a avaliação regular é de 27%.

Repercussões no PT

A queda de popularidade de Janja também gerou preocupação dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) e do governo Lula.

Lideranças petistas temem que, se a tendência continuar, o descontentamento com a primeira-dama possa se refletir também sobre o presidente Lula, especialmente caso o cenário econômico do país se deteriore.

A perda de apoio a Janja pode comprometer seus planos de ter maior influência sobre a comunicação do governo, área na qual ela já tenta manter algum protagonismo, como revelado por fontes do PT.

Especialistas em comunicação que colaboram com o governo apontam que a queda de popularidade de Janja pode estar relacionada à percepção de “arrogância” em algumas de suas declarações públicas. Além disso, os gastos com viagens e a cobertura da imprensa sobre a equipe de assessores da primeira-dama podem ter contribuído para a diminuição de sua aprovação.

Possíveis explicações

Embora o PT ainda não tenha conclusões definitivas sobre as causas da queda de popularidade de Janja, o clima de alerta dentro do governo é evidente.

A pesquisa revelou também que, entre os eleitores de Lula, a avaliação positiva de Janja caiu de 66% para 36%. Embora ainda mantenha um percentual considerável de apoio, a perda de popularidade entre seus aliados mais próximos pode afetar as estratégias políticas do governo nos próximos meses.

A pesquisa Quaest entrevistou 8.598 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos.