
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), pode deixar a Corte antes do previsto. O motivo, segundo fontes próximas ao magistrado, seria o medo de sanções internacionais — especialmente dos Estados Unidos, que vêm apertando o cerco contra autoridades acusadas de abusos.
Embora o ministro negue oficialmente, interlocutores do governo já tratam o tema como certo nos bastidores. A eventual saída de Barroso abriria mais uma vaga para o presidente Lula nomear um novo ministro ao STF, consolidando o avanço da influência do Planalto sobre o Judiciário.
Temor de sanções acelera decisão
Barroso completa dois anos como presidente do STF em outubro de 2025, mas já cogita sair antes. A avaliação é que sua imagem internacional estaria desgastada após episódios recentes envolvendo o Supremo e denúncias de violação de direitos civis — algo que pode colocá-lo na mira de sanções, como as previstas na Lei Magnitsky dos EUA.
Após Alexandre de Moraes ser alvo de manifestações do Congresso americano e até do ex-presidente Donald Trump, ministros do STF passaram a se preocupar com possíveis impactos em seus bens, reputações e movimentações no exterior.
Para Barroso, que mantém relações acadêmicas nos Estados Unidos e em universidades internacionais, essa ameaça seria suficiente para antecipar sua aposentadoria.
Lula já tem nomes na manga
Com a eventual saída de Barroso se tornando cada vez mais provável, Lula já prepara uma lista de possíveis indicados. Estão entre os mais cotados:
- Bruno Dantas, atual presidente do TCU e visto como técnico e fiel ao governo;
- Jorge Messias, advogado-geral da União, muito próximo de Lula;
- Floriano de Azevedo Marques, ministro do TSE, ligado à USP e defensor da regulação das redes;
- Alberto Balazeiro, ministro do TST com histórico garantista.
O Planalto pretende escolher alguém que mantenha o estilo progressista de Barroso, mas com perfil mais discreto — especialmente diante do cenário internacional turbulento.
Maioria indicado por Lula antes das eleições de 2026
Se confirmada, a saída de Barroso dará a Lula sua quarta indicação ao Supremo em apenas três anos de mandato. As anteriores foram: Cristiano Zanin, Flávio Dino e o procurador Paulo Gonet (na PGR, mas alinhado ao STF).
A nova vaga será uma oportunidade estratégica para o presidente consolidar um bloco sólido de ministros simpáticos ao governo, o que poderá ser decisivo em julgamentos eleitorais e fiscais.
O STF, hoje dividido, pode se tornar majoritariamente governista até o final de 2026 — ano eleitoral e politicamente delicado para o país.
Barroso quer sair por cima
Barroso já teria confidenciado a aliados que não quer “sair pela porta dos fundos”. O ministro estaria buscando um timing que preserve sua imagem e permita uma transição suave.
Sua renúncia voluntária, caso ocorra, deve ser apresentada logo após o fim da presidência no STF, em outubro de 2025. Isso evitaria suspeitas e permitiria que Lula conduzisse a nomeação do sucessor com mais calma e apoio político.
Resumo em tópicos:
- Ministro Barroso pode renunciar ao STF antes de 2028 por medo de sanções dos EUA.
- Lula já articula quatro possíveis nomes para substituí-lo, todos alinhados ao governo.
- Nova indicação reforçaria maioria lulista no Supremo antes das eleições de 2026.