Crise habitacional

Portugal vai pesar no bolso de estrangeiros que compram imóveis

Governo português anuncia alta de imposto para não residentes como forma de enfrentar a crise habitacional no país.

Crédito: Depositphotos.
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  • Portugal aumenta imposto para não residentes e ataca a crise de moradia
  • Estrangeiros pagam o dobro dos locais, segundo o INE, e puxam preços em Lisboa, Porto e Algarve
  • Pacote combina alta de IMT, mais obras, licenças rápidas e aluguel acessível para reequilibrar o mercado

O governo de Portugal prepara um pacote para enfrentar a crise habitacional e conter a escalada dos preços de imóveis.

O eixo central prevê elevar o IMT para compradores não residentes e, em paralelo, acelerar licenças, ampliar construção e estimular aluguéis acessíveis.

O que muda no imposto

O primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou que o governo vai aumentar o IMT cobrado de estrangeiros como parte do pacote. A equipe econômica desenha a calibragem para desincentivar a pressão de demanda externa sem travar investimentos produtivos.

Sendo assim, o ajuste mira um mercado aquecido por clima, custo de vida e programas como o golden visa, que ampliaram o apetite de não residentes por imóveis portugueses.

Agora, o gabinete finaliza o texto e antecipa a apresentação do pacote, que combina medida tributária com oferta de novas moradias para reequilibrar o mercado.

Quem paga a conta hoje

Dados do INE mostram que estrangeiros de fora da UE pagam, em média, o dobro dos compradores locais. Esse diferencial expõe um descompasso competitivo entre residentes e não residentes.

Além disso, a demanda externa inflaciona áreas de alta procura, sobretudo em Lisboa, Porto e Algarve, e dificulta o acesso de famílias portuguesas à moradia.

Portanto, para corrigir distorções, o plano também acelera licenças de construção, expande programas de aluguel a preço acessível e cria incentivos para jovens na primeira casa.

Impacto para investidores e mercado

A alta de imposto tende a reduzir o apetite de não residentes e a desacelerar preços nos principais polos, o que favorece compradores locais.

Ademais, investidores internacionais podem realocar capital para praças europeias com tributação mais leve, embora Portugal preserve atrativos estruturais e segurança jurídica.

Por fim, no agregado, o pacote reorganiza o mercado imobiliário, combina desestímulo fiscal à demanda externa com reforço de oferta, e busca estabilidade de preços no médio prazo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.