Os contratos futuros de café arábica oscilaram na segunda-feira (27/01) após atingirem uma nova máxima histórica, impulsionados por tensões comerciais e um cenário de oferta global limitada.
O contrato mais ativo na bolsa de Nova York chegou a subir 2,3%, alcançando US$ 3,5555 por libra, antes de oscilar entre ganhos e perdas. A ameaça de tarifas dos EUA contra a Colômbia gerou incertezas, somando-se aos déficits de colheita em grandes produtores como Brasil e Vietnã.
A Colômbia, terceiro maior produtor de café do mundo, foi alvo de tensões após os EUA ameaçarem tarifas devido a um impasse sobre voos militares. Embora as sanções tenham sido adiadas após um acordo, o impacto potencial na exportação de café para os EUA – principal mercado colombiano – preocupa o setor.
Analistas apontam que uma aplicação de tarifas poderia redirecionar grãos premium para a Europa, pressionando a demanda americana por outras origens e influenciando os preços no varejo.
Além disso, safras reduzidas nos principais países produtores já pressionam os estoques globais, com o USDA projetando uma queda para o menor nível em 25 anos na temporada 2024-25. Em Nova York, os futuros de café arábica acumulam alta superior a 80% nos últimos 12 meses, refletindo a escassez e a volatilidade do mercado.
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Tensões EUA-Colômbia
No fim de semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou que seu governo impusesse uma tarifa de 25% e sanções à Colômbia. Essa decisão ocorreu após a recusa da Colômbia em permitir que dois aviões militares dos EUA transportando migrantes deportados pousassem.
No entanto, após a Colômbia concordar em cumprir as exigências de Trump, incluindo aceitar a repatriação de migrantes, a Casa Branca anunciou uma suspensão temporária das sanções.
Apesar do adiamento, a ameaça tarifária aumentou os temores sobre a estabilidade das cadeias globais de fornecimento de café. A conformidade da Colômbia com os termos dos EUA pode aliviar as tensões imediatas, mas o mercado continua cauteloso.
Escassez de fornecimento nos principais países produtores
A incerteza tarifária chega em um momento em que os suprimentos de café já estão limitados. Produtores importantes como Brasil e Vietnã têm experimentado déficits significativos na colheita. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) prevê que os estoques globais de café para a temporada 2024-25 cairão para seu menor nível em 25 anos.
O Brasil, o maior produtor de café do mundo, sofreu sua seca mais severa já registrada em 2024. As condições de seca prolongada impactaram severamente os campos de café, com chuvas insuficientes impedindo que as árvores produzissem uma carga saudável de frutas. Embora as chuvas tenham chegado mais tarde no ano, elas foram tarde demais para reverter os danos.
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