Preço de ar-condicionado cai 4,7% após oito meses seguidos de alta

Produto acumulou aumentos consecutivos desde junho de2023, colaborando para uma alta de 19,9% em comparação a fevereiro do ano passado.

Os aparelhos de ar-condicionado tiveram a primeira queda de preços após oito meses seguidos de aumento. É o que aponta o Índice Fipe/Buscapé de Eletroeletrônicos, que monitora 47 categorias e mais de 2 milhões de preços continuamente, com informações do principal comparador de preços do país. A categoria apresentou uma redução de 4,7% nos preços de fevereiro, quando comparados ao mês anterior. No entanto, se analisado em relação ao mesmo período de 2022, o produto ainda apresenta alta de 19,9%.

Para Sergio Crispim, pesquisador da Fipe e responsável pelo estudo, o cenário de altas constantes começa a ser revertido.

“Os preços da categoria foram pressionados principalmente pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, derivado do calor atípico. Porém, em janeiro deste ano, já foi possível notar uma desaceleração no aumento, com alta de apenas 2,3%, seguida da queda registrada em fevereiro”, explica o especialista.

O estudo mostra que a redução foi observada na maioria dos modelos. Em fevereiro, 67% dos aparelhos de ar-condicionado anunciados tiveram queda mensal de preço. Somente 22% apresentaram aumento, enquanto 11% não sofreram alteração em seu valor de comercialização.

Queda anual nos preços de eletroeletrônicos se acentua em fevereiro de 2024

Após deflação de 6,9% em janeiro, a diminuição anual nos preços de fevereiro foi de 7,3%. Essa oscilação negativa se dá principalmente pelas categorias de celulares (-14,8%), monitores (-13,2%), notebooks (-12,9%), tablets (-11,6%) e TV’s (-9,3%). Quando comparados a fevereiro do ano passado, apenas os ares-condicionados (+19,9%) e os ventiladores (+2,3%) tiveram aumento.

Para Francisco Donato, Superintendente Executivo da Mosaico, dona das marcas Buscapé e Zoom e operadora do Shopping PAN, a inovação constante é o principal motivo para as quedas.

“As big techs trabalham diariamente para lançar recursos. Esse trabalho contínuo é benéfico para o avanço tecnológico, porém acentua a obsolescência dos eletroeletrônicos, que passam a ser substituídos com mais frequência – e, assim, a busca por modelos mais antigos diminui, o que os desvaloriza”, explica o executivo.

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