
- 71% dos brasileiros notaram aumento nos preços desde que Lula voltou à presidência
- Percepção de alta é mais forte no Sul e Sudeste; só 9% notaram redução
- Lula também lidera como o maior culpado por fraudes no INSS, segundo os entrevistados
A insatisfação com o custo de vida voltou ao centro do debate nacional. De acordo com nova pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta segunda-feira (30), 71,4% dos brasileiros acreditam que os preços aumentaram desde o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. O dado reforça a percepção negativa da população sobre a economia do país durante o atual mandato.
Sul e Sudeste lideram queixas sobre preços
Segundo o levantamento, a percepção de alta de preços é generalizada, mas se intensifica nas regiões Sul (77,9%) e Sudeste (76,1%). No Norte e Nordeste, 71% também afirmaram sentir esse impacto, enquanto no Nordeste o índice é de 60,4%.
Apesar das variações regionais, o descontentamento aparece em todas as faixas. Quando analisado por gênero, a diferença é mínima: 71,5% das mulheres e 71,2% dos homens notaram encarecimento nos produtos, principalmente em supermercados.
Por outro lado, apenas 17,2% disseram não ter percebido mudanças nos preços. Já 9,4% afirmaram que os valores caíram — percepção mais comum no Nordeste (13%), contrastando com o Sudeste, onde só 7% notaram alguma redução.
População responsabiliza Lula por escândalo no INSS
Além do impacto no bolso, o governo Lula também foi diretamente associado ao escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo a mesma pesquisa, 30,6% dos entrevistados apontam o presidente como o principal responsável pelas irregularidades reveladas nos benefícios de aposentados.
Outros 25% culpam os próprios funcionários do INSS, enquanto 12% responsabilizam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entidades como sindicatos e associações aparecem em seguida, com 7,1%, seguidos por Congresso Nacional (0,9%), outras citações (1,2%) e “todos” (3,3%). Cerca de 20% dos participantes não souberam ou preferiram não opinar.
As fraudes vieram à tona em reportagens do portal Metrópoles, que denunciaram que entidades cobravam indevidamente mensalidades de aposentados e acumulavam R$ 2 bilhões em um ano. Muitas delas foram alvo de milhares de ações judiciais por fraude.
Pesquisa indica desgaste crescente do governo
O levantamento foi realizado entre os dias 18 e 22 de junho com 2.020 pessoas de todos os estados e do Distrito Federal. A amostra contou com 955 homens e 1.065 mulheres, e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Os dados indicam um desgaste significativo da imagem do presidente, tanto em relação à gestão econômica quanto à associação com escândalos administrativos.
Ainda que o governo tente reforçar programas sociais e anunciar pacotes de investimentos, a percepção de que a inflação voltou a impactar fortemente o dia a dia das famílias tem pesado negativamente.
As compras no supermercado, especialmente, tornaram-se símbolo desse descontentamento — uma espécie de “termômetro popular” do fracasso ou sucesso de um governo. E, neste caso, o termômetro parece estar bem quente.