Gasolina em alta

Prepare o bolso: preço da gasolina deve disparar

Defasagem nos preços dos combustíveis, causada pela alta do dólar, coloca pressão, podendo anunciar reajustes nos próximos dias.

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  • A recente alta do dólar para R$ 6,16 pressiona a Petrobras a reajustar os preços da gasolina e do diesel, pois o petróleo é negociado em dólares
  • A gasolina está defasada em 10% e o diesel em 18% em relação à paridade internacional, o que gera a necessidade de correções nos preços
  • A estatal não ajusta os preços dos combustíveis há meses, mas a valorização do dólar pode forçá-la a realizar aumentos nos próximos dias

Nos próximos dias, a Petrobras pode ser forçada a reajustar os preços da gasolina e do diesel. Embora o petróleo tipo brent esteja cotado a US$ 75 por barril, o principal fator para essa possível mudança de preços não é o valor do barril de petróleo. Mas sim, a recente valorização do dólar, que atingiu R$ 6,16 na tarde de quinta-feira (2).

Como o petróleo é comercializado em dólares, a alta da moeda americana torna a commodity mais cara quando convertida para reais. Assim, pressionando a necessidade de ajustes nos preços dos combustíveis no Brasil.

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que os preços da gasolina estão defasados em cerca de 10% em relação à paridade internacional. Isso representa uma diferença de aproximadamente 29 centavos por litro.

No caso do diesel, a situação é ainda mais preocupante: o combustível está com uma defasagem de 18% em relação à paridade, o que equivale a uma diferença de 62 centavos por litro.

Defasagem

A defasagem nos preços ocorre porque o governo passou a adotar a política de preços da Petrobras, que define os valores dos combustíveis com base na paridade de importação.

Ou seja, o preço que os importadores pagariam ao adquirir o combustível no mercado externo. Isso inclui o valor do petróleo e a taxa de câmbio, além dos custos de transporte e impostos.

A Petrobras não realiza reajustes nos preços dos combustíveis há quase seis meses. A Petrobras aumentou o preço da gasolina em junho de 2024 e manteve o preço do diesel inalterado desde o ano passado.

Isso tem gerado uma defasagem significativa, especialmente agora com a alta do dólar. A empresa tem adotado cautela ao ajustar os preços, buscando evitar um impacto direto sobre a inflação e o custo de vida dos brasileiros. Mas, a realidade econômica pode forçá-la a mudanças.

A valorização do dólar

A recente valorização do dólar traz um desafio adicional para a Petrobras. Mesmo com o preço do petróleo relativamente estável, a alta do câmbio faz com que o combustível importado se torne mais caro.

Para a Abicom, o reajuste nos preços da gasolina e do diesel é uma medida inevitável, caso a cotação do dólar continue a subir.

O impacto de um possível reajuste seria significativo para os consumidores. Se os preços forem elevados para acompanhar a paridade internacional. Dessa forma, isso pode resultar em um aumento no custo de transporte e, por consequência, no preço de outros produtos, ampliando o impacto da inflação no bolso dos brasileiros.

Além disso, a alta nos preços pode afetar a demanda, já que os consumidores podem reduzir o consumo de combustíveis. Ou, ainda, optar por alternativas mais econômicas, como o transporte público ou veículos mais eficientes.

A pressão sobre a Petrobras também vem de outros setores da economia. Os importadores de combustíveis, que enfrentam a defasagem de preços, estão pedindo uma correção para evitar prejuízos.

Por outro lado, o governo federal também está atento à situação, pois um aumento nos preços dos combustíveis pode afetar sua popularidade, especialmente em um ano eleitoral.

Em suma, a Petrobras está diante de uma situação delicada. Embora a alta do preço do petróleo não seja o principal fator, a valorização do dólar cria uma pressão sobre a empresa para reajustar os preços dos combustíveis.

A defasagem atual é significativa e, caso o dólar continue valorizando, a estatal provavelmente será obrigada a aumentar os preços da gasolina e do diesel nos próximos dias. Dessa forma, o que pode afetar diretamente a economia brasileira.