
- EUA cancelam visto da presidente do PSOL, Paula Coradi, sem explicar motivos.
- PSOL e lideranças da esquerda dizem que decisão é perseguição política.
- Governo Trump amplia lista de brasileiros barrados, incluindo ministros e autoridades ligadas a Lula.
O governo dos Estados Unidos cancelou o visto da presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, em um movimento que já provoca barulho no meio político brasileiro. O consulado americano em São Paulo comunicou a decisão, reforçando a tensão diplomática entre a gestão de Donald Trump e setores da esquerda no Brasil.
Coradi viajou aos EUA em agosto para uma convenção socialista em Chicago, mas teve o documento revogado semanas depois. O consulado alegou ter “obtido informações” que a tornariam inelegível para entrar no país, mas não detalhou quais seriam essas informações.
Escalada de tensão
A revogação ocorreu com base na seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite ao governo americano cancelar vistos mesmo após a emissão.
Para Coradi, a medida tem motivação política. Além disso, ela disse não possuir antecedentes criminais nem envolvimento em atividades ilícitas.

Nas redes sociais, a dirigente classificou a medida como perseguição do governo Trump e afirmou que não se trata de um ataque pessoal, mas de um ataque ao partido. O PSOL também emitiu nota oficial, chamando a decisão de “retaliação política”.
Reações no Brasil
O cancelamento provocou reação imediata de lideranças da esquerda. Guilherme Boulos, Ivan Valente e Talíria Petrone criticaram o ato, que consideram “autoritário” e parte de uma escalada de tensões com os Estados Unidos.
Desde o início do governo Trump, Washington já cancelou vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e de familiares de Alexandre Padilha, atual ministro da Saúde.
Nesta semana, o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, também teve o visto suspenso.
O que acontece agora
Para voltar a viajar aos EUA, Coradi terá de iniciar um novo processo de solicitação de visto.
Ademais, o consulado informou que não responderá a recursos adicionais sobre o caso.
Por fim, a decisão reforça a percepção de que a política externa americana sob Trump passou a mirar diretamente setores da esquerda brasileira, ampliando o clima de atrito em plena prévia eleitoral.