A Justiça Federal de São Paulo afastou nesta quinta-feira (11), Pietro Mendes da presidência do Conselho de Administração da Petrobras, em decisão liminar.
Em resposta à ação movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo-SP), o tribunal tomou a decisão. Siqueira argumenta que a nomeação de Pietro viola a Lei das Estatais e o estatuto da Petrobras.
Mendes é secretário nacional de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia e, um aliado próximo do ministro Alexandre Silveira.
“Restou configurada, ao menos nesta análise inicial, a ilegalidade do ato administrativo de indicação de Pietro Adamo Sampaio Mendes no cargo de Conselheiro de Administração, pela União Federal, na qualidade de acionista controladora, bem como a da aprovação dessa indicação pela Assembleia Geral, e sua manutenção como Presidente do Conselho de Administração, concomitantemente com o exercício do cargo de Secretário da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia”, cita a decisão da última quinta-feira (11).
Crise na Presidência da Petrobras
Como evidenciado, a crise entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tornou-se o novo ponto de conflito para Lula. O líder do PT não descarta a demissão de Prates e a possível indicação do atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, para o cargo.
Os últimos episódios da disputa interna veio à tona durante a discussão sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia a distribuição de 50% desses recursos aos acionistas. Portanto, Silveira e o conselho discordaram, levantando questões sobre o direcionamento dos investimentos da estatal para energia limpa.
Silveira, assim, argumentou que a Petrobras não deveria ter como único objetivo a distribuição de lucros exorbitantes aos acionistas. Essa decisão, contudo, resultou em uma perda de 55 bilhões de reais no valor de mercado da empresa.
Ameaçado em seu cargo, o presidente da Petrobras, Jean Prates, enviou uma mensagem via WhatsApp a interlocutores na última terça-feira (9). Destacou 25 ações que ele classificou como as “principais marcas e recordes da Petrobras nesta nova gestão”.
De acordo com o Estadão, o presidente, ressaltou “o maior lucro da história da empresa sem vender refinarias, dutos ou subsidiárias”, “dez recordes de valor de mercado alcançados ao longo de 2023” e “o maior valor atingido na Bolsa de Valores, com um recorde histórico de 569 bilhões de reais”.
O presidente da estatal enfatizou, ainda, a nova política de preços, que consiste em “sair da paridade de importação” e utilizar as vantagens logísticas e comerciais da Petrobras para manter preços estáveis e razoáveis para o consumidor. Além disso, destacou o plano de investimento de “meio trilhão de reais nos próximos cinco anos”.
Incertezas na Petrobras deixam acionistas em alerta
Na última segunda-feira (8), os acionistas da Petrobras (PETR4) se veem diante de um impasse crucial: decidir se receberão ou não mais dividendos, além da incerteza sobre a permanência do atual CEO da empresa. Esses dois dilemas exercem uma influência direta sobre as decisões de compra e venda das ações.
Em resposta à falta de clareza sobre essas questões, os investidores estão adotando uma postura cautelosa, o que se traduz em uma redução significativa no volume de negociações de PETR4 na B3. A volatilidade das ações também parece ter diminuído, com o volume de negócios atualmente abaixo do padrão, destacando uma hesitação generalizada entre os investidores.
No momento, as ações da Petrobras estão mantendo uma estabilidade relativa, com uma leve tendência de alta. É notável o contraste com o volume de negociações, que está consideravelmente abaixo do usual em comparação com outras ações, como VALE3.
O volume negociado até o momento é significativo, com uma previsão de aumentar até o final do pregão. No entanto, permanece abaixo dos volumes observados em dias anteriores, sinalizando uma certa aversão ao risco por parte dos investidores devido à incerteza que paira sobre a empresa.
Além disso, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda enfatizou a importância dos dividendos da Petrobras, juntamente com os da Eletrobras e Caixa, para os esforços fiscais do governo. Isso destaca ainda mais a relevância das decisões em torno dos dividendos da Petrobras, não apenas para os acionistas, mas também para as finanças públicas.
Em resumo, a situação da Petrobras está envolta em incertezas. O que está influenciando significativamente o comportamento dos investidores e o volume de negociações das ações PETR4.