
- Privatização da Celepar atrai multinacionais, bancos e big techs para disputa bilionária
- Leilão em novembro deve colocar Ratinho Junior no centro das atenções do mercado
- Receita de R$ 576 milhões e contratos de R$ 2,6 bilhões tornam a estatal altamente cobiçada
O governo do Paraná já prepara um dos leilões mais aguardados do ano. Marcada para novembro, a privatização da Celepar, estatal de tecnologia do Estado, deve movimentar bilhões e colocar o Paraná no radar de gigantes globais.
Empresas da Itália, Canadá e Irlanda, além de bancos e big techs brasileiras, já sinalizaram interesse em disputar o certame. O mercado espera uma concorrência acirrada pelo controle da companhia, peça central na digitalização da máquina pública paranaense.
Interesse crescente no Data Room
Desde 8 de agosto, o Data Room da Celepar está aberto para potenciais investidores. Esse ambiente exclusivo permite que empresas conheçam a fundo números, contratos e estrutura da estatal, mas só mediante pagamento e assinatura de compromisso de confidencialidade.
Segundo fontes do governo, o movimento tem sido intenso. Multinacionais e bancos estrangeiros já acessaram o sistema para mapear riscos e oportunidades. O prazo para essa etapa termina 15 dias antes do leilão, previsto para novembro.
Esse processo é considerado padrão em grandes privatizações, mas no caso da Celepar vem chamando atenção pelo volume de interessados. Até mesmo grupos que tradicionalmente não atuam no setor público estudam entrar na disputa.
O peso da agenda liberal de Ratinho Junior
Ratinho Junior incluiu a venda da Celepar em sua agenda liberal de 2024, quando acelerou projetos de desestatização no Paraná. A Celepar, por sua natureza estratégica, tornou-se símbolo da política de enxugamento da máquina pública.
Além disso, o plano tem respaldo de parte do empresariado, que vê na privatização uma oportunidade de modernizar serviços e abrir espaço para novos investimentos. O governo aposta que a entrada de capital privado trará ganhos de eficiência e tecnologia.
Críticos, no entanto, levantam preocupações sobre riscos de concentração de dados e eventual perda de soberania digital do Estado. Portanto, para eles a privatização pode transferir informações sensíveis para empresas estrangeiras.
Números que atraem investidores
Em 2023, a Celepar registrou receita bruta de R$ 576 milhões e alcançou margem Ebitda de 30,6%, desempenho considerado robusto para uma estatal de tecnologia. No portfólio, estão 121 entidades governamentais atendidas e 134 contratos vigentes.
Ademais, esses contratos somam R$ 2,6 bilhões e garantem previsibilidade de receita nos próximos anos. Para investidores, esse fator é decisivo: o negócio já nasce com fluxo de caixa assegurado.
Por fim, a companhia apresentará seu valuation em outubro, etapa que dará clareza ao tamanho do negócio e servirá de base para os lances no leilão. O mercado espera uma disputa acirrada e ofertas agressivas.