Taxação "BBB"

PT apela para influenciadores para promover alta de impostos

Em meio a derrotas no Congresso e queda de popularidade, governo aposta em influenciadores e discurso de confronto para tentar virar o jogo.

Foto/Reprodução: Lula foto oficial
Foto/Reprodução: Lula foto oficial
  • PT realiza reunião com influenciadores para impulsionar campanha de taxação de bilionários, bancos e apostas esportivas.
  • Governo aposta no confronto entre pobres e ricos como eixo central da comunicação até as eleições de 2026.
  • Estratégia digital tenta compensar derrotas no Congresso e queda na popularidade de Lula.

Em plena quarta-feira (2), às 17h, o PT vai reunir um time de influenciadores aliados para uma ofensiva virtual que promete agitar as redes. A pauta? Nada menos que a polêmica “taxação BBB” — bilionários, bancos e bets — bandeira que Lula tem empunhado para tentar salvar sua imagem e cumprir a promessa de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.

Sendo assim, o encontro será via Zoom, mas está longe de ser apenas mais uma reunião burocrática. Logo, o evento contará com nomes de peso no núcleo petista: Humberto Costa (presidente interino do partido), o deputado Jilmar Tatto, o estrategista da campanha de 2018, Otávio Antunes, e o articulador Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas.

Desse modo, mais do que debater comunicação, a cúpula também vai oferecer “dicas jurídicas” para os criadores de conteúdo que toparem encampar a campanha. Afinal, o governo sabe que precisa das redes para tentar virar o jogo — e a estratégia é clara: reavivar a velha dicotomia entre ricos e pobres.

Aposta digital para salvar a imagem de Lula

Com a popularidade em queda e a base no Congresso cada vez mais instável, o presidente tenta empurrar a pauta da “justiça tributária” como um divisor de águas até 2026. Assim, a narrativa vem sendo martelada: “Os ricos não pagam quase nada, quem sustenta o país é o pobre”.

Mas o caminho tem sido tortuoso. A Medida Provisória que aumentaria impostos foi derrubada. O mesmo ocorreu com o decreto que revogava parte do reajuste do IOF. Então, a tal “taxação BBB” enfrenta uma barreira sólida no Congresso, que deve empurrar o debate para o segundo semestre.

Diante desse cenário, o governo recorre ao que tem mais controle: a militância digital. Portanto, a ordem é simples, transformar o discurso da “injustiça fiscal” em trending topics. O desafio? Convencer uma população que sente no bolso os efeitos de um governo que ainda patina na economia.



Dividir para conquistar? Estratégia divide até aliados

A ideia central da campanha — confrontar ricos contra pobres — é a queridinha de Lula. O presidente já usou essa tática com sucesso em disputas anteriores. Agora, com a economia fragilizada, ele aposta tudo nesse embate simbólico para unir a base popular.

Ademais, a Secretaria de Comunicação, comandada por Sidônio Palmeira, acredita que o sucesso nas redes pode dar o tom para 2026. E a fórmula parece conhecida: vilanizar bilionários, demonizar bancos, atacar as “bets” e se apresentar como o defensor do povo.

Contudo, nem todo mundo no entorno do presidente aprova essa estratégia. Marqueteiros mais moderados avaliam que o discurso do confronto pode afastar o centro político e reforçar a rejeição já elevada em setores estratégicos da sociedade.

Entre erros, derrotas e pressão, Lula tenta resistir

Enquanto a “taxação dos super-ricos” se torna bandeira de campanha antecipada, Lula convive com uma sequência de derrotas legislativas. O Congresso, em clara reação, impõe limites ao avanço do governo — e a pressão por resultados concretos aumenta.

Além disso, o Planalto lida com a fragilidade de uma narrativa que, embora forte nas redes, precisa mostrar resultados práticos para não perder força. Isenção de IR, investimentos sociais e controle fiscal ainda estão longe do ideal.

Por isso, o encontro com influenciadores desta quarta-feira pode ser visto como um termômetro. O sucesso — ou fracasso — da mobilização digital indicará se a estratégia petista ainda tem fôlego para conduzir o discurso até 2026.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.