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PT causou retrocesso ao Plano Real, diz um dos pais do plano

Para o economista Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real, a proposta do programa de estabilização, foi interrompida nas gestões do PT.

real crime financeiro
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Houve uma série de frustrações do ponto de vista do que seria ideal, um retrocesso e uma interrupção de vários aspectos desse projeto modernizante de país. 

Para o economista Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real, a proposta do programa de estabilização, foi interrompida nas gestões do PT. Apesar de ter sido concebido para combater a hiperinflação, o Plano Real tinha uma visão mais ambiciosa, a de tonar o Brasil um país moderno e eficiente, o que acabou não acontecendo.

“O Real, diferentemente de muitos planos de estabilização, tinha uma visão de futuro compartilhada por todos nós. Eu diria que as bases de um Brasil mais moderno foram todas consolidadas naquele momento”, afirma Arida.

De acordo com informações, na avaliação de Arida, agora é preciso um esforço para recuperar parte daquela agenda e promover uma revisão do sistema de gastos e a melhoria da máquina pública.

“Houve uma série de frustrações do ponto de vista do que seria ideal, um retrocesso e uma interrupção de vários aspectos desse projeto modernizante de país nos mandatos do governo Lula,” disse o economista.

Sobre o Plano Real

A declaração de Perio Arida foi durante evento da Fundação FHC (Fernando Henrique Cardoso) que celebra os 30 anos da criação do Plano Real.

O Real, moeda criada na gestão de Itamar Franco (1992-1995) com o objetivo estancar a hiperinflação da economia, completa 30 anos em 1º de julho de 2024. O plano foi elaborado por economistas tucanos sob a coordenação política do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) –eleito presidente em 1994.

Apesar de Fernando Henrique levar os louros nas urnas, os pais do real são Pérsio Arida e o economista André Lara Resende.

Dólar dispara e estrangeiros aumentam aposta contra real

Investidores estrangeiros estão adotando uma postura cada vez mais cautelosa em relação ao Brasil, diante da crescente preocupação com a possível desvalorização do real. Dados recentes revelam que o montante movimentado em contratos de proteção contra variações cambiais atingiu o recorde de US$ 78,9 bilhões na última terça-feira (18).

Essa alta histórica reflete a busca intensificada por estratégias de hedge, uma medida de proteção frequentemente utilizada em momentos de incerteza econômica. Especificamente, os investidores estão se posicionando para lucrar com a possível desvalorização do real em relação ao dólar, ou para se proteger contra essa mesma variação.

O aumento nas posições de hedge coincide com uma deterioração na percepção de risco em relação à economia brasileira. Questões fiscais têm sido um ponto crítico, com mudanças na meta fiscal para 2025 e preocupações persistentes sobre a capacidade do governo em controlar o déficit público. Especialistas apontam que desde abril deste ano, quando as mudanças na política fiscal foram anunciadas, houve um claro movimento de investidores estrangeiros buscando segurança nos mercados cambiais.

Além das questões fiscais, decisões recentes do Banco Central do Brasil também contribuíram para o clima de incerteza. A redução da taxa básica de juros em uma reunião controversa em maio gerou dúvidas sobre a consistência das políticas monetárias do país. Declarações políticas, incluindo comentários do presidente Lula da Silva sobre estratégias para o crescimento econômico, e críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, exacerbaram ainda mais as preocupações dos investidores estrangeiros.

Analistas do setor financeiro observam que o cenário de aumento nas posições de hedge reflete não apenas especulações sobre a direção futura do câmbio, mas também uma resposta defensiva à volatilidade econômica e política no Brasil. Em um ambiente global de maior aversão ao risco, investidores estão ajustando suas estratégias para proteger seus investimentos contra potenciais perdas em mercados emergentes, como o Brasil.

Investidores estrangeiros estão menos otimistas com o Brasil

Em outubro do ano passado, a Bolsa de Valores do Brasil, B3, viu uma retirada significativa de R$ 3,17 bilhões por parte de investidores estrangeiros. Esse movimento ocorre em meio a preocupações com o cenário fiscal brasileiro e declarações do presidente Lula sobre a meta de déficit primário.