Incoerência

PT chamou Moraes de "golpista" quando era ministro da Justiça de Temer

Em 2016, petistas atacavam Alexandre de Moraes; hoje, o mesmo partido o trata como aliado no STF.

Moraes
Ministro Alexandre de Moraes durante sessao do STF Foto Nelson Jr SCO STF 1

Em 2016, o PT não poupava críticas ao então ministro da Justiça de Michel Temer, Alexandre de Moraes. O partido o chamava de “golpista” e chegou a publicar em seu site oficial que ele estava envolvido com corrupção e havia recebido R$ 4 milhões de uma empresa investigada pela Polícia Federal. A narrativa fazia parte da estratégia de oposição ao governo Temer, considerado “ilegítimo” após o impeachment de Dilma Rousseff.

Quase uma década depois, o cenário mudou radicalmente. Moraes, agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), passou a ser tratado como peça central da defesa da democracia por petistas, que exaltam sua postura contra ataques institucionais e, em muitos casos, o colocam como aliado estratégico.

De inimigo a aliado

Trecho da matéria no site oficial do PT em que Alexandre de Moraes é chamado de “ministro golpista”

O contraste entre passado e presente expõe uma contradição política. Enquanto na época de Temer o PT via em Moraes um símbolo de um governo que chamava de golpista, hoje sua imagem é usada pelo mesmo partido como referência de resistência às investidas da direita. O que antes era motivo de desconfiança virou bandeira de defesa.

A aproximação atual tem como pano de fundo as decisões de Moraes contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para petistas, isso fortaleceu sua imagem como guardião do Estado de Direito, mesmo que no passado fosse acusado de compactuar com práticas questionáveis.

Essa mudança, no entanto, é vista por críticos como uma estratégia de conveniência. Para eles, não se trata de uma mudança de convicção, mas de adaptação às circunstâncias de poder, já que hoje o partido depende de votos e posições no STF para sustentar sua agenda.

Moraes investigado por corrupção

O texto oficial publicado pelo PT em 2016, ainda disponível em seu portal, citava diretamente o envolvimento de Moraes com uma empresa alvo da Polícia Federal, levantando suspeitas de conflito de interesses. A crítica era contundente: o ministro de Temer era tachado de “golpista” e colocado como símbolo do que o partido rejeitava.

A memória dessa publicação ressurgiu agora, gerando questionamentos sobre a coerência do discurso petista. Afinal, se Moraes era um problema ético e político naquela época, o que mudou para que sua figura hoje seja celebrada?

A falta de explicações oficiais alimenta a percepção de que as convicções podem ter sido moldadas pela conveniência política. Esse passado, embora incômodo, volta a ganhar relevância à medida que adversários exploram o contraste no debate público.

Conveniência ou convicção?

O alinhamento de hoje pode ser lido sob duas óticas. De um lado, há quem veja uma evolução política, em que o PT reconhece a importância de Moraes no cenário atual. De outro, críticos dizem que o partido relativizou posições anteriores apenas porque ele se tornou peça fundamental contra os inimigos políticos do momento.

Essa virada retórica se torna munição para adversários, que acusam o partido de oportunismo e incoerência. A dúvida que permanece é se o apoio atual a Moraes se manterá em um futuro em que os interesses políticos mudem novamente.

O episódio reforça a percepção de que a política brasileira continua marcada pela lógica de alianças temporárias e discursos moldados conforme a conjuntura, mais do que por convicções duradouras.

Pontos principais

  • O PT chamava Moraes de “golpista” quando ele era ministro da Justiça de Temer
  • Hoje, o partido o trata como aliado no STF e defensor da democracia
  • A mudança expõe contradição e levanta suspeitas de conveniência política
Guia do Investidor

O portal Guia do Investidor foi criado com o intuito de trazer informação para quem precisa: aqueles que precisam aprender sobre educação financeira, investidores iniciantes, amadores, traders de longa data e todo público voltado para o mercado financeiro. E levando informação, levamos conhecimento, que consequentemente, leva a resultados, ou seja, lucro. E consequentemente, este lucro traz benefícios reais na vida de cada cidadão;

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