Benefício sociais

Quem trabalha deve continuar recebendo Bolsa Família, defende Ministro de Lula

Em resposta a dados que mostram 7 milhões de famílias no Bolsa Família há 10 anos ou mais, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) defendeu as regras atuais, afirmando que ter carteira assinada não cancela o benefício automaticamente e que o número de "dependentes" de longa data já foi superior.

Quem trabalha deve continuar recebendo Bolsa Família, defende Ministro de Lula

O Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, saiu em defesa das regras atuais do Bolsa Família nesta terça-feira (15), após a divulgação de dados mostrando que uma parcela significativa dos beneficiários permanece no programa por uma década ou mais. Segundo Dias, o número de famílias nessa situação “já foi bem maior” e a política atual, que permite que beneficiários mantenham parte da ajuda mesmo com emprego formal, visa garantir a “superação da pobreza”.

“Quando alguém assina a carteira de trabalho, isso não é motivo, por si só, para cancelar benefício. Na verdade, o objetivo é alcançar a superação da pobreza”, declarou o ministro durante entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do Canal Gov.

A fala de Dias é uma resposta direta aos dados exclusivos obtidos e divulgados pelo portal Poder360, que revelaram que 7 milhões das 20,6 milhões de famílias inscritas no Bolsa Família recebem o benefício há 10 anos ou mais (com base em dados de fevereiro de 2025). Esse contingente representa 34,1% do total, evidenciando a dificuldade de muitas famílias em conquistar autonomia financeira e sair da dependência estatal.

Questionado sobre esses números, o ministro reconheceu que o cenário “representa um desafio”, mas o classificou como “animador”. Ele argumentou que a situação era pior no passado. “Nós chegamos [no governo] e tinha aproximadamente 14 milhões de pessoas que a vida inteira, praticamente, permaneciam no Bolsa Família”, afirmou Dias, contrastando com o número atual. Ele também celebrou o que considera um avanço: “Há o lado bom, 5,3 milhões – de 2023 a 2024, um tempo muito curto – de famílias […] saíram da pobreza”.

Dias explicou a lógica por trás da manutenção do benefício para quem consegue emprego (a chamada “Regra de Proteção”): “Agora, quem entra no Cadastro Único do Bolsa Família, só sai para cima, como se diz. Só sai [quando atinge] uma renda de superação da pobreza. Quando perde essa renda, volta automaticamente [para o programa]”.

O ministro rechaçou a ideia de que os beneficiários não queiram trabalhar. “Não dá para dizer que os beneficiários do Bolsa Família não querem [trabalhar]. Agora, querem emprego decente, querem um emprego que tenha uma renda adequada”, argumentou. Ele citou dados recentes que mostrariam 374 mil beneficiários conseguindo emprego formal em janeiro e fevereiro deste ano.

Além disso, Dias destacou uma mudança no perfil dos inscritos: “Quando a gente pensa no povo do Bolsa Família, […] pensa em pessoas de baixa escolaridade, não é mais”. Segundo ele, até 10% da população economicamente ativa dentro do programa já possui nível superior ou está cursando uma faculdade.

Para o ministro, as regras atuais funcionam como um “colchão de segurança”, permitindo que as pessoas busquem empregos melhores sem o medo de perder totalmente o suporte financeiro. O objetivo final, segundo ele, é ambicioso: levar as pessoas da pobreza para a classe média. “Se alguém da classe média quer crescer, imagina alguém do Bolsa Família […] Queremos uma classe média cada vez maior”, concluiu Dias.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.