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Recuperação ou Falência? O que vai acontecer com a Americanas

A Americanas vai se recuperar ou fechar de vez suas operações? Descubra agora a expectativa dos analistas!

Americanas GDI 1
Americanas GDI 1

Um ano após a revelação de uma das maiores fraudes da história corporativa do Brasil, o futuro da Americanas S.A. (AMER3) ainda está repleto de incertezas. A crise começou antes mesmo do anúncio do rombo financeiro de aproximadamente R$ 20 bilhões, quando a empresa já enfrentava dificuldades para atrair investidores. A nomeação de Sergio Rial, um executivo renomado no mercado, como parte da estratégia dos acionistas controladores, visava colocar a companhia de volta nos trilhos.

Rial tinha o desafio de digitalizar a Americanas e torná-la competitiva frente a gigantes como Amazon e Mercado Livre, bem como empresas nacionais de peso como Magalu (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). No entanto, as expectativas se chocaram com a realidade quando um fato relevante de pouco mais de duas páginas expôs uma ‘inconsistência’ contábil equivalente ao dobro do valor de mercado da empresa na época, avaliada em R$ 10 bilhões pela Quantum Finance.

A revelação deu início a uma acirrada batalha entre a empresa e seus principais credores, especialmente os bancos, com troca de acusações e tensões elevadas. A Verde Asset, uma grande gestora de mercado, classificou o episódio como ‘a maior fraude da história corporativa do Brasil’. Figuras como Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Carlos Telles, ícones do capitalismo brasileiro, viram suas reputações questionadas e se viram na obrigação de salvar o que restava da companhia.

Sob intensa pressão dos bancos, a Americanas foi forçada a pedir recuperação judicial. Isso desencadeou um processo de reestruturação, incluindo o fechamento de lojas e demissões – 121 unidades fechadas e mais de 5 mil funcionários demitidos de janeiro a outubro. Paralelamente, houve uma queda de 7 milhões no fluxo de clientes em dezembro, comparado ao mesmo período de 2022.

Quanto à possibilidade de falência, especialistas cogitaram essa hipótese quando o rombo foi divulgado. Contudo, a injeção de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas e mais R$ 12 bilhões de bancos trouxe um fôlego temporário. Como aponta Max Mustrangi, da Excellance, essa injeção de caixa é crucial, mas não garante que a empresa não enfrente dificuldades futuras.

Wagner Moraes, economista e CEO da A&S Partners, observa que, um ano após o início da crise, há sinais de estabilização, mas a recuperação da empresa ainda é incerta e repleta de desafios. A aprovação do plano de reestruturação é positiva, mas a situação permanece delicada.

Roberto Gonzalez, especialista em governança corporativa, ressalta que houve transparência no processo de reestruturação. Caroline Sanchez, da Levante Corp, aponta para mudanças estruturais na operação da empresa. Já Phil Soares, da Órama, lembra que o setor varejista como um todo enfrenta desafios, inclusive empresas com finanças mais sólidas.

Agora, a Americanas precisa se reinventar e reestruturar sua marca e linha de produtos, possivelmente focando em itens de menor valor agregado. A companhia, em nota ao Money Times, afirma que 2024 marca o início de uma nova fase, com o objetivo de voltar a ser uma referência em varejo simples e que atende às necessidades das famílias brasileiras.

A aprovação da recuperação judicial é vista como um passo importante para a transformação estratégica e reconstrução operacional e financeira da empresa. A Americanas busca fortalecer seus negócios e construir uma nova cultura para seus colaboradores, focando na retomada do crescimento e na satisfação de todas as partes interessadas.

Enquanto 2024 se apresenta como um ano crucial para a Americanas, o mercado permanece atento ao desdobramento desta situação complexa, que serve como um importante estudo de caso no cenário corporativo brasileiro.

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