O ano de 2023 começou com um cenário desafiador para o mercado de capitais do Brasil. Uma das maiores varejistas do país, a Americanas (AMER3), revelou uma fraude financeira de proporções inimagináveis, desencadeando uma série de eventos que culminaram em seu pedido de recuperação judicial. Esse episódio emblemático foi apenas o início de uma tendência preocupante, que viu um número crescente de empresas, incluindo grandes players do mercado, recorrendo à proteção legal para enfrentar suas dificuldades financeiras.
A Onda de Recuperações Judiciais
De acordo com dados do Serasa, até outubro de 2023, 1108 empresas haviam entrado com pedidos de recuperação judicial. Embora esse número não tenha ultrapassado o pico registrado em 2016 durante a crise financeira do governo Dilma Rousseff, quando 1863 empresas buscaram proteção judicial, é importante destacar que 2023 marcou a maior cifra dos últimos cinco anos. A tendência mais preocupante é o aumento da presença de empresas de grande e médio porte entre as que recorrem à recuperação judicial.
Para especialistas do setor, um fator comum une essas empresas: má gestão. Erros na administração, sistemas de incentivos inadequados e uma busca insaciável pelo crescimento a qualquer custo foram identificados como causas centrais para o atual cenário.
Max Mustrangi, sócio fundador da Excellance, uma empresa especializada em reestruturação de empresas, destaca que o ambiente de juros baixos no Brasil incentivou o endividamento excessivo e a alavancagem de empresas, minando sua rentabilidade e demandando ainda mais capital de giro. Mustrangi ressalta que muitas empresas continuam perseguindo o crescimento pelo crescimento, priorizando o faturamento em detrimento do resultado operacional (Ebitda).
Outro problema identificado é a banalização da recuperação judicial no Brasil, não devido à falha do instrumento em si, mas sim à postura das próprias empresas. Muitas delas esperam até o último momento para solicitar a recuperação judicial, o que pode complicar ainda mais sua situação financeira.
Estudos de Caso
Alguns casos emblemáticos refletem a crise financeira que assola as empresas brasileiras em 2023:
- Americanas: A varejista gigante anunciou um rombo de R$ 20 bilhões, mais do que o triplo de seu valor de mercado na época. Em um esforço desesperado para se proteger dos bancos, a Americanas solicitou recuperação judicial em janeiro de 2023. Após disputas, a empresa chegou a um acordo com os bancos, que incluiu uma injeção de R$ 12 bilhões por um trio de bilionários.
- Oi: Após anunciar sua saída da recuperação judicial em dezembro, a Oi retornou à Justiça em março de 2023, declarando dívidas de R$ 29 bilhões. A empresa alegou que o pedido era essencial para a reestruturação financeira e a busca pela sustentabilidade a longo prazo.
- 123 Milhas: A agência de viagens admitiu dívidas de mais de R$ 2,3 bilhões. O problema começou com a aposta na queda dos preços das passagens aéreas após a pandemia, resultando em dívidas acumuladas para honrar vendas já realizadas. A recuperação judicial foi vista como uma maneira de assegurar o cumprimento de compromissos com clientes e fornecedores.
- Starbucks Brasil: A operadora das marcas Starbucks e Subway no Brasil, a SouthRock Capital, entrou com pedido de recuperação judicial em novembro de 2023, com dívidas declaradas de R$ 1,8 bilhão. A empresa afirmou que a medida visava proteger financeiramente suas operações no país e ajustar seu modelo de negócios às condições econômicas atuais.
- Petrópolis: A dona das marcas de cerveja Itaipava e Petra, o Grupo Petrópolis, solicitou recuperação judicial de suas empresas em meio a dívidas de R$ 4,4 bilhões. A empresa enfrentou quedas significativas nas vendas de cerveja nos últimos anos, impactando sua receita.
- Grupo Bergamasco: O Grupo Bergamasco, que possui terras ligadas ao fundo imobiliário BTG Terras Agrícolas, entrou com pedido de recuperação judicial em novembro, com dívida superior a R$ 124 milhões. Disputas e atrasos de pagamento contribuíram para essa situação complicada.
Desafios e Impactos
A crise financeira que levou essas empresas a buscar a recuperação judicial não apenas afeta seus acionistas e credores, mas também tem repercussões mais amplas na economia brasileira. O aumento constante no número de pedidos de recuperação judicial pode abalar a confiança dos investidores, prejudicar a oferta de crédito e minar a estabilidade financeira do país.
Além disso, a necessidade de reestruturação financeira e cortes de custos muitas vezes resulta em demissões e impactos sociais negativos, afetando os trabalhadores e suas famílias.
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