Na tarde desta quarta-feira, 17, o Copom encerrou a sua reunião estipulando a Taxa Selic em 2,75%, sendo um aumento de 0,75 ponto percentual sobre a taxa básica de juros, em decisão unânime.
De acordo com o comunicado do órgão, o seu cenário teve como destaques as possíveis trajetórias da inflação, as incertezas advindas dos efeitos da pandemia e fatores externos de países desenvolvidos.
No caso da inflação em especial, a visão final da autoridade monetária é que ela conte com fatores de risco em ambas as direções. Por exemplo, os efeitos da pandemia, que podem atrasar o processo de recuperação econômica, influenciam a trajetória da Selic para baixo.
Por outro lado, uma continuidade de políticas fiscais que combatam a questão pandêmica, mas que piorem as finanças do país, bem como frustrações com as reformas que correm no Congresso, podem elevar os prêmios de risco.
“O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”.
Copom, sobre a influência do risco fiscal sobre a inflação.
O Copom também mencionou a alta dos commodities como um fator de pressão inflacionária, sobretudo para o curto prazo e mais facilmente notada pelo preço dos combustíveis. Todavia, o órgão classifica esse efeito como temporário, mas ainda mantendo a atenção em seu desempenho.
E embora esse aumento da Taxa Selic seja o primeiro desde 2015, já era aguardado por parte de alguns analistas do mercado financeiro, principalmente considerando a alta dos alimentos, combustíveis e dólar; o fraco ritmo das vacinações e a situação fiscal atual.
Além disso, a expectativa é de que ainda ocorram novos aumentos, sendo possível chegar a 4,5% ao fim do ano, enquanto em 2022 chegue em 5,5% ao ano.
Qual é o impacto dessa elevação da Selic para os investimentos?
A princípio, a renda variável permanece sendo uma opção atraente para os investimentos frente à Taxa Selic atual. Para isso, deve-se levar em consideração que o retorno com a taxa básica de juros é baixo frente a outras opções disponíveis.
Caso se faça a subtração da Inflação sobre esse retorno ainda, o resultado é quase nulo. Portanto, a Bolsa não está ameaçada com essa atualização. Sendo assim, quais alternativas são uma boa opção para o radar de investimentos?
De acordo com a publicação da XP Investimentos, bancos, seguradoras e empresas importadoras se beneficiam de um aumento dos juros. Para os dois primeiros casos, existem ganhos de receita diretamente ligados à Selic. Enquanto isso, as companhias que importam vão se beneficiar da eventual queda do dólar que acompanha a elevação dos juros brasileiros.
Por outro lado, os segmentos que são negativamente impactados com esses aumentos são de empresas com endividamento mais elevado. Algumas delas, segundo a corretora, são companhias dos segmentos de varejo, elétrica e locação de veículos, por exemplo.