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"Roubaram meu celular, e agora?": Executivo da Kaspersky explica como evitou prejuízos deste golpe

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

Uma recente pesquisa mostra que cerca de 100 celulares foram furtados ou roubados por hora no Brasil nos últimos meses. Para ajudar aqueles que se tornaram vítimas desse crime, a Kaspersky elaborou um guia com ações para prevenir os danos deste golpe a partir do caso real de um executivo da empresa, que não teve prejuízos — além da perda do dispositivo.

O atual roubo de um celular vai além da perda material, pois os criminosos visam tirar proveito dos métodos de autenticação dos apps financeiros para conseguir efetuar fraudes financeiras. Além disso, eles passam a ter acesso a uma grande quantidade de informações pessoais que estão armazenadas no dispositivo, como e-mails, fotos e mensagens digitais íntimas.

A maioria das dicas de higiene digital têm como premissa que o indivíduo está em posse do equipamento (um celular, computador ou notebook). Porém, quais as medidas de segurança necessárias quando é o criminoso que está com o celular da vítima nas mãos? Claudio Martinelli, diretor-executivo da Kaspersky para América Latina, teve o celular roubado recentemente no trânsito e conseguiu evitar danos adicionais além da perda do aparelho.

Obviamente, não é uma experiência fácil, mesmo para alguém que trabalha combatendo o cibercrime como eu. O ponto mais importante ao enfrentar uma situação como esta é controlar as emoções e a adrenalina. Qualquer roubo criará um grande estresse e é comum ficar surpreso inicialmente, mas tenha em mente que o bandido irá agir rápido, e cabe a você ser mais ágil que ele. Saiba que é possível mitigar as perdas, mas é necessário tomar medidas certas. Uma boa segurança física e digital sempre terá ações preventivas, imediatas e de longo prazo”, recomenda Claudio.

Para prevenir e mitigar os prejuízos, siga as seguintes dicas:

Ações preventivas — elas dificultarão as ações dos criminosos e darão algum tempo para que a vítima consiga acesso a um outro dispositivo:

  • Uso de pelo menos dois “logins” (autenticações). Uma opção é usar o recurso de bloqueio de programas do próprio sistema operacional (Android ou iOS) para exigir uma senha para abrir um programa. Segunda alternativa é baixar um programa com esta função, como a solução de segurança da Kaspersky para celulares; nela, a pessoa indica quais apps necessitam de uma senha extra para serem abertos. O último login é o uso de login e senha nativo dos programas, sejam eles app financeiros ou de consumo (delivery, lojas online).
     
  • Avaliar a utilização da biometria (digital ou facial). Este recurso está sendo usado para permitir o acesso dos criminosos nos programas financeiros. É importante deixar claro que o banco online é seguro! O que acontece é que o criminoso adiciona uma nova biometria e passa a usar as senhas salvas no dispositivo livremente. Para evitar isso, é importante ativar uma proteção por senha do sistema, sempre que uma nova biometria for criada. Caso esse processo não tenha uma segurança adicional, é recomendado desativar seu uso em programas críticos (financeiro, delivery, e-mail, app de dupla autenticação e loja online).
     
  • Verifique se sua operadora e banco tem algum atalho para falar com um atendente. Na maioria dos casos, os sistemas de atendimento automático demoram muito até oferecer a opção para falar com alguém. Se houver uma opção mais rápida, vale a pena saber “o caminho das pedras”. “Acredito que seja muito válido essas empresas pensarem em um tipo de ‘botão de pânico’ para os atendimentos automatizados em casos de roubo de celulares, é algo que beneficiaria a todos”, recomenda Claudio.

Ações após o furto e assim que a pessoa consiga acesso a um dispositivo:

  • O primeiro passo é tentar bloquear imediatamente o telefone. Ligue para o seu provedor de serviços móveis para pedir o bloqueio do cartão SIM e do IMEI. Isso impedirá o ladrão de receber SMS com os códigos para recuperação de senhas nos serviços online e de se conectar à internet.
     
  • Faça também o bloqueio do telefone por meio da solução de segurança que incluem as funções de antirroubo, como o Kaspersky Internet Security. Ele permite o bloqueio, localização e até a limpeza dos dados do dispositivo de maneira remota.
     
  • Ligue para o seu banco para notificar que o telefone vinculado à sua conta foi roubado e peça o bloqueio de qualquer transação feito por este dispositivo. Repita esse processo para todas as instituições financeiras e comerciais, pois os criminosos podem tentar efetuar compras usando o dispositivo e a conta da vítima.

No entanto, o golpe não termina depois de impedir os danos financeiros. É possível que os cibercriminosos tenham salvos os dados pessoais como CPF, RG e endereço. “Os celulares são também uma ferramenta de verificação da nossa identidade no mundo digital. Com essas informações, os bandidos podem tentar realizar empréstimos bancários ou abrir contas falsas”, aponta o executivo.

Eu já tinha um serviço para monitorar meu CPF, mas me indicaram também um app gratuito para alertar sempre que uma compra online é feita em meu nome. Outra opção gratuita muito boa é o serviço Registrato do Banco Central; ele permite fazer consultas de empréstimos e financiamentos, informar bancos onde o indivíduo tem conta, lista de cheques, chaves PIX registradas e entre outros dados. É importante ter essas formas de controle para poder identificar possíveis fraudes usando meus dados pessoais, para que eu possa agir proativamente na proteção da minha identidade digital”, explica Claudio.

Com toda a turbulência amenizada, é hora de pensar em restaurar as informações. Para recuperar os dados salvos no celular, é muito importante ter um backup configurado para salvar fotos e mensagens automaticamente, seja no Android, com o Google Account, ou no iOS, com o iCloud.

Para mais dicas de segurança, confira nosso blog.