- Rui Costa explicou que o aumento dos preços está relacionado às commodities internacionais, não à economia brasileira
- O governo estuda ações para conter os preços, mas descarta intervenções diretas no mercado de alimentos
- O Brasil se torna um grande exportador de alimentos processados, gerando empregos e aumentando as exportações
Após uma reunião convocada pelo presidente Lula no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, explicou que a alta no preço dos alimentos no Brasil não está relacionada à economia interna. Mas, sim aos preços internacionais das commodities.
Durante o encontro, o governo analisou o impacto de produtos como café, soja, milho e laranja, que estão com preços elevados no mercado internacional. Costa esclareceu que o aumento desses itens não é uma consequência de políticas econômicas brasileiras, mas sim de variações nos preços globais das commodities.
“Os preços que afetam os alimentos mais consumidos no Brasil estão fortemente influenciados pelos preços internacionais das commodities, como café, soja e milho. Essas flutuações são definidas pelos mercados globais e pela variação histórica dos preços”, afirmou o ministro da Casa Civil.
Ele ressaltou que o café, em particular, teve uma das maiores altas entre esses produtos. Dessa forma, o que tem impactado o custo da alimentação no país.
Incômodo ao Governo e à população
O aumento nos preços dos alimentos tem gerado incômodos no governo Lula, principalmente devido ao impacto na popularidade do presidente, uma vez que a inflação tem pressionado os consumidores.
Para tentar conter a alta, o governo já estuda medidas para evitar novos aumentos. Costa também enfatizou que o governo brasileiro continuará investindo em iniciativas que busquem aumentar a produção nacional de alimentos. Dessa forma, visando garantir mais oferta e controlar os preços.
“A convicção do governo é de que os preços são formados no mercado, seja por influência do mercado internacional ou pela variação do valor do dólar. Não são definidos de forma artificial, mas sim pelos fatores econômicos globais”, disse Rui Costa.
O ministro, no entanto, ressaltou que o governo não adotará uma intervenção direta nos preços. Mesmo apesar de discussões sobre a possibilidade de medidas para controlar a inflação alimentar.
Na quarta-feira, Rui Costa havia mencionado a possibilidade de “intervenções” para reduzir a inflação dos alimentos, baseando-se em sugestões da Associação Brasileira de Supermercados.
No entanto, após repercussão negativa, ele recuou e afirmou que essas medidas ainda estavam sendo avaliadas e que não haveria intervenção direta nos valores praticados pelos supermercados.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também reforçou que o governo não planeja adotar medidas fiscais para controlar os preços, negando boatos sobre uma possível flexibilização da política fiscal para conter a inflação.
“Supermercado do mundo”
Em relação à situação do Brasil no mercado global, Rui Costa destacou que, no passado, o país era um grande exportador de produtos in natura. Hoje, o Brasil tem se consolidado como o “supermercado do mundo”, com um aumento significativo na exportação de alimentos processados.
Costa enfatizou que esse movimento é positivo para o país, pois gera mais empregos e aumenta a produção local. Ele também mencionou o crescimento nas exportações de alimentos processados, o que, segundo ele, pode ser observado na balança comercial de 2023 e 2024.
Assim, o governo de Lula se posiciona diante dos desafios econômicos, reforçando que a alta dos alimentos não é fruto da política interna, mas de um cenário global complexo, ao mesmo tempo que busca soluções para manter a estabilidade econômica e garantir o bem-estar da população.