Avanço da privatização

Sabesp e Aegea se preparam para disputar leilões bilionários em SP

Estatais e empresas privadas miram 211 cidades paulistas e investimentos de R$ 25 bilhões em água, esgoto e drenagem até 2026.

Sabesp e Aegea se preparam para disputar leilões bilionários em SP
  • Leilões devem contemplar cinco grandes blocos regionais e atrair empresas com atuação nacional
  • Governo de SP quer incluir drenagem de chuvas nos contratos, com base em nova legislação federal
  • Interesse de investidores cresce com avanço da privatização e novos modelos de concessão

A Sabesp e a Aegea, duas gigantes do setor de saneamento, já se movimentam para disputar os próximos leilões de concessões de água e esgoto no estado de São Paulo.

O governo paulista planeja licitar, até meados de 2026, serviços em 211 municípios, divididos em cinco grandes blocos regionais. Os investimentos estimados somam R$ 25 bilhões, segundo fontes próximas ao processo.

Essas novas concessões, ainda em fase de modelagem, preveem a universalização dos serviços de água e esgoto. Além da possível inclusão da drenagem de águas pluviais.

A secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, explicou que o governo trabalha para estruturar um modelo atrativo ao setor privado, especialmente após a retirada de barreiras regulatórias federais que antes impediam esse tipo de integração.

“Estamos desenhando um modelo robusto. A expectativa é de uma disputa bastante competitiva, com forte interesse tanto de players nacionais quanto internacionais”, afirmou Resende, sem citar nomes.

Sabesp quer expandir em território paulista

Apesar de já operar em 375 municípios paulistas, a Sabesp avalia que os novos leilões fazem sentido estratégico, tanto pela proximidade geográfica quanto pelas exigências regulatórias regionais. A companhia, recentemente privatizada, tem buscado ampliar sua presença e eficiência. Contando, com foco em retorno aos acionistas e cobertura universal.

A Sabesp poderá utilizar sua infraestrutura já existente como vantagem competitiva, além de ter maior familiaridade com o marco regulatório paulista. Com a venda de sua participação majoritária no ano passado para a Equatorial Energia, que detém agora 18% das ações, a empresa está sob nova gestão. Assim, mais orientada para metas de desempenho.

Aegea mira expansão no maior mercado do país

Atuando em 15 estados, a Aegea vê no estado de São Paulo uma oportunidade para consolidar ainda mais sua liderança no setor. A empresa acompanha de perto a modelagem dos blocos regionais, e sua participação nos leilões dependerá das condições finais dos editais.

A companhia, contudo, já demonstrou interesse em avançar sobre novos territórios em outras licitações nacionais. E assim, enxerga São Paulo como estratégico.

Segundo uma das fontes ligadas ao processo, o momento atual favorece operadoras com capital robusto e capacidade de execução rápida. No entanto, já que a exigência de investimentos será alta e os contratos podem ter duração de 30 a 35 anos.

Governo aposta em infraestrutura

O governador Tarcísio de Freitas vê os novos leilões como parte central de sua estratégia de desestatização e estímulo à eficiência na prestação de serviços públicos. Após a privatização da Sabesp, ele busca fortalecer o modelo de concessão regionalizada. Assim, com escala suficiente para atrair capital privado.

A grande novidade do projeto é a possível inclusão da drenagem de águas pluviais nos pacotes de concessão. Essa integração só se tornou possível após a recente flexibilização da legislação federal. Contudo, que antes impedia as empresas de saneamento de operarem nesse segmento.

Embora a remuneração por serviços de drenagem ainda represente um desafio, o governo acredita que a sinergia com os sistemas de água e esgoto pode tornar os projetos mais viáveis.

O plano do governo paulista sinaliza uma nova fase para o setor de saneamento no Brasil, com destaque para o fortalecimento das parcerias público-privadas e a mobilização de capital para resolver problemas estruturais históricos.

Se bem-sucedidos, os leilões devem atrair bilhões de reais e ajudar o estado a cumprir as metas de universalização previstas no novo marco legal do saneamento.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.