A Oi (OIBR3) segue entre os principais pontos de destaque do mercado brasileiro, mas como já é costume da companhia desde o início de sua recuperação judicial, por motivos inesperados.
A “bomba da vez” passa pelo escritório Arnoldo Wald, administrador judicial da recuperação judicial da Oi, que encaminhou à Justiça, na semana passada, um pedido de “honorários complementares” por 28 meses de trabalhos extras, segundo a coluna de Lauro Jardim/O Globo, requerendo mais R$ 21,8 milhões, além dos R$ 70 milhões que já havia recebido.
O valor impressiona. Afinal, a quantia excede até mesmo a previsão de pagamentos aos membros do conselho de administração da Oi.
Segundo o RI da companhia está previsto o pagamento de R$ 19.392.968,28 para o conselho de administração em 2022.
Venda da Oi será cancelada?
Os investidores e acionistas da Oi ganharam mais um motivo para perder o sono nesta semana. O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou nesta quinta-feira que se liminares judiciais que suspendem obrigações para oferta de roaming a concorrentes por parte de TIM (TIMS3), Telefônica Brasil (VIVT3) e Claro não forem revertidas, a agência poderá buscar desfazer a venda da Oi Móvel para às três companhias.
O gestor afirma que as operadoras envolvidas estão tentando impedir a concorrência de mercado, usando a justiça como aliada nessa tática predatória.
As operadoras buscam na justiça interromper o processo de oferta de roaming, um dos “remédios” definidos no processo de venda da Oi para proteger a livre concorrência do mercado. Ficou definido pelo CADE que cada uma das três operadoras precisam ofertar serviços de roaming a outras empresas do setor, de modo a permitir que companhias menores possam atender seus próprios clientes.
A notícia de uma possível reversão da venda pode deixar os ânimos do mercado a flor da pele. Afinal, o processo é o ponto-chave da estratégia de recuperação judicial da Oi, que já vem se estendendo a longos anos, e a cada dia parece mais longe de realmente acabar.
Baigorri afirma que a Anatel está buscando derrubar as liminares conquistas pelas operadoras, que “burlam as regras impostas pelo CADE. No entanto, caso a situação piore, o gestor não descarta uma reversão da venda da Oi.
“O foco total (da Anatel) é derrubar as liminares. E, num segundo momento, outras medidas podem ser tomadas. A operação (venda da Oi Móvel) já foi concretizada, mas pode ser revista”, disse ele.
Entenda melhor a recuperação judicial da Oi: